Artigo Isailton Reis
Incentivar e permitir que os colaboradores descubram oportunidades de melhorias no âmbito interno da organização desenvolvam e validem ideias, implementando mudanças é um caminho para inovar… Mas, o que isso tem a ver com empreendedorismo?
O Empreendedorismo configura-se a cada dia como um movimento social de criação. Apesar de ter seu destaque na idealização de negócios, constitui-se num amplo movimento que envolve negócios, estruturas, desenvolvimento econômico e ação pessoal. Neste contexto, tenho afirmado que o empreendedorismo é uma atitude para a vida, é uma forma de ser.
Em seu amplo espectro de concepções, o empreendedorismo pode ser distinguido também, considerando onde este se desenvolve. Ao considerarmos a ação empreendedora no mercado, como um todo, temos o empreendedorismo em sua prática de aproveitar oportunidades, influenciar o desenvolvimento econômico, gerar renda, criar empregos e principalmente atuando na criação de novas empresas. Por outro lado, ao pensarmos no processo de pessoas desenvolvendo algo novo, internamente nas organizações onde atuam, chamamos isso de intraempreendedorismo. Assim, a identificação de oportunidades internas, desenvolvimento de ideias, estudo de viabilidade, mobilização de recursos e implementação de inovações faz parte do processo intraempreendedor.
Neste contexto, observa-se também uma direta relação da ação intraempreendedora e a inovação, ou seja, a prática dos colaboradores de criar e implementar algo novo nas organizações, reflete-se no seu grau de inovação. Desta forma, ratifica-se a inovação, como decorrente da ação empreendedora.
Em estudo que desenvolvi com empreendedores participantes do Empretec – ver livro Gestão Empreendedora – observei que o comportamento empreendedor mais praticado é justamente aquele onde o empreendedor “encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápida ou mais barato”, claramente uma prática inovadora, ratificando a relação da atitude empreendedora com a inovação. Prática esta, que tem contribuído para melhoria dos resultados e da competitividade das empresas.
Por fim, observar-se que a ação empreendedora dentro das organizações – o chamado intraempreendedorismo – para se desenvolver, deve levar em conta não só as atitudes dos empreendedores da organização, mas também, a existência de um ambiente que estimule a prática dos comportamentos empreendedores. Assim, é necessário que as estratégias, visões, diretrizes e interrelações organizacionais contribuam para a formação de uma cultura empreendedora, criando um alicerce para que os empreendedores organizacionais aflorem e inovem, de forma a levar a organização a patamares de competitividade necessários à sua sobrevivência.
(*) Isailton Reis é Gerente Regional do Sebrae Feira de Santana. Doutorando em Gestão. Mestrado em Gestão Empresarial. Economista, Coach e Psicanalista. Autor do livro Gestão Empreendedora e do livro Deu a Louca nos Contos de Fada.
Artigo publicado na 10ª edição impressa da revista Sacada (Bahia)