Arquiteto faz da “Morada do Samba” uma homenagem às culturas africana e brasileira
Depois de criar um ambiente em homenagem a Attilio Baschera e Gregorio Kramer, em 2022, Marcelo Salum se lança a um novo desafio: valorizar as culturas africana e brasileira, tendo como ponto de partida o samba e como principal parceira a Casa Riachuelo, marca nordestina que tem como principal propósito gerar conexão e ofertar produtos que despertam o desejo de tornar o lar em um refúgio.
Assim nasceu a “Morada do Samba”, espaço que marca a 9ª participação do arquiteto em CASACOR, sendo a quarta na edição paulistana do evento.
“Como uma empresa 100% brasileira, não haveria maneira melhor de reverenciar um dos principais símbolos e patrimônios culturais imateriais do país. Acreditamos no poder da música para gerar conversas por meio, não somente das letras, mas também dos sentimentos que despertam e experiências que proporcionam. O ambiente do Salum traduz a brasilidade e forte influência das raízes do samba e tem o poder de nos levar para uma viagem na história, assim como em uma canção”, diz Edgard Nicola Sanches, Diretor Comercial da Casa Riachuelo.
A influência para o nome do espaço e sua relação com o tema “Corpo e Morada” vem do entendimento de que o corpo é a nossa morada e nos expressamos através dele, da nossa cultura
Salum tem uma grande ligação com a música em geral, mas suas memórias de criança, durante as férias de verão sempre estão entremeadas com o samba, desde momentos em família, passando, inclusive, pelos desfiles de Carnaval, que assistia pela TV.
Em seus projetos, Salum sempre cria buscando a Proporção Aurea. E neste não seria diferente: ela aparece já no pórtico de entrada do espaço e em sua distribuição, feita em três momentos: um hall, um espaço central com duas áreas de estar, jantar e cozinha, e por último, um quarto com banheiro e escritório.
Como característica do trabalho de Salum, o destaque desse espaço é a mistura de cores e produção cheia de detalhes e que ajuda a contar a história do ambiente. Neste quesito, a Casa Riachuelo empresta a sofisticação e atemporalidade da coleção assinada junto a marca Allmost Vintage, vista nas cerâmicas dos pratos, bowls e xícaras nos tons de verde, azul e laranja, e combinada organicamente com outras peças da coleção de Outono-Inverno, como as taças e cestarias variadas.
Essa coleção ainda aparece em outros ambientes do espaço, como o quarto, onde a colcha, porta-travesseiros, mantas, aqui usadas como peseiras, e almofadas também complementam o mix.
Desde as peças de cama, mesa e banho, bem como todos os utensílios de cozinha, objetos decorativos, tapetes e tudo que traduz o conceito criado, nos menores detalhes, são da Casa Riachuelo, grande parceira nesse projeto: “Ter uma marca que se preocupa, assim como eu, em contar histórias e emprestar personalidade por meio de detalhes foi fundamental para a execução desse projeto, do qual tenho muito orgulho”, declara Marcelo Salum. Outro ponto alto do espaço está na identidade olfativa com notas de Caju, assinada e desenvolvida pela Casa Riachuelo exclusivamente para o ambiente e possui uma fragrância alegre e cheia de energia, com acordes cítricos e notas florais.
A escolha das obras de arte tem grande importância no projeto. Para compor o ambiente, algumas máscaras – elemento bem representativo da cultura africana – serão fornecidas pelo acervo museológico da Pangea. Vale ressaltar ainda a obra de Emerson Rocha, inspirada em uma fotografia de Alberto Henschel tirada em 1839, na Bahia. Nessa obra de Rocha, o artista “realoca” essa figura, levando em conta o contexto da república que, desde a proclamação, é governada por homens brancos e cristãos.
O projeto traz também uma tela na entrada e duas esculturas de Daniel Jorge, a pintura de uma roda de samba, feita com exclusividade pelo artista Luiz Pasqualini, além de um oratório de São Jorge de Juliano Aguiar, fotografias de Juliana Hofmann, Bruno Jungmann, Mario Cravo Neto, Carlos Vergara e a pintura de Maurício Adinolfi (esses três últimos representados pela galeria Bolsa de Arte), entre outros.
Quanto ao mix de móveis utilizados, sobressaem as criações do escritório Marcelo Salum e do Estúdio Fresa, de Salum e Frederico Cruz, cuja inspiração vem da obra de Rubem Valentim, e que traz influências da cultura africana e seus símbolos religiosos, dando origem a duas poltronas e dois bancos. Há ainda novidades assinadas por Roberta Banqueri junto às peças de antiquário, de Arnaldo Danemberg e da Galeria Teo, dispostas lado a lado, com móveis de Jader Almeida (Sollos), Studio Ambientes.
O escritório de Marcelo Salum cuidou de tudo nos mínimos detalhes e, ainda, assina os puxadores de todas as portas, do quarto à cozinha. Na iluminação, luzes de led contribuem com a sustentabilidade e destaque para as criações de Cristiana Bertolucci e projeto luminotécnico, executados pela Ouse Iluminação.
“É uma oportunidade ímpar de prestar a devida homenagem à cultura africana, que ajudou fortemente a construir a identidade brasileira com suas cores, texturas, ritmos, religiosidade e simbologias”, finaliza o arquiteto.