Ampla estrutura, marcas de gosto refinado, peças exclusivas e garimpos. A chamada “Moda Circular” tem chegado com força no Brasil e se consolida a cada passo dos apaixonados pelo consumo consciente. Os impactos do consumo se tornaram tema dos estudos da jovem Ana Mayworm, idealizadora do grupo Ecobrechó Park e CEO do Cycle Market, o primeiro mercado fixo de moda sustentável do Brasil.
Perto de completar um mês, no início de maio, o espaço já movimentou mais de 1 milhão e meio de reais em compras, reunindo um público volante de 50 mil pessoas, além de cerca de 150 marcas. A ideia é fazer “a moda girar”, como dito popularmente, trazendo opções de peças novas, exclusivas ou usadas, com preços acessíveis e modelos que ressignifiquem as compras, gerando um ecossistema inovador na indústria da moda.
“Demos o pontapé inicial em ser o primeiro projeto no país voltado a esse tipo de consumo na indústria da moda. No Cycle é possível encontrar brechós tradicionais, peças vintage, modelos feitos a partir do descarte de resíduos que sobram de outras produções e até linhas sustentáveis de grandes marcas”, destaca Ana.
Dentre alguns dos nomes que fazem parte do empreendimento estão a Arezzo Lume, tradicional no ramo de sapatos, com uma linha 100% eco, a Purpose by Zinzane, produzida a partir de material reaproveitado de peças piloto, devolvidas nas lojas ou que seriam descartadas, além da Mercatto, que fechou a fábrica mas para não gerar resíduos ambientais e um acúmulo de itens na natureza, investiu em um box exclusivo no Cycle.
O descarte de roupas é um problema ambiental significativo em todo o mundo, com impactos negativos em termos de desperdício, poluição e uso de recursos naturais. De acordo com a Ellen MacArthur Foundation, estima-se que o equivalente a um caminhão de lixo cheio de roupas é descartado a cada segundo em todo o mundo. Muitas peças descartadas acabam em aterros sanitários. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Environmental Protection Agency (EPA) estima que cerca de 10,5 milhões de toneladas de têxteis foram geradas em 2015, com apenas 15,3% sendo recuperadas para reciclagem.
“Vivemos em um mundo no qual cada vez mais produzimos lixo, resíduos e descartamos tudo o tempo todo! Imagine o impacto ambiental que o fechamento de grandes lojas, a produção de confecções e indústrias do vestuário pode causar na natureza? Aqui no Cycle a proposta é que essas empresas encontrem solução para o que poderia ser um problema ambiental para elas, abrindo mais o olhar, propondo outras abordagens na moda e dando novo significado a esses itens”, reflete a idealizadora do espaço.