Um dos mais tradicionais teatros do interior baiano, o teatro Municipal Margarida Ribeiro foi totalmente reestruturado para melhor atender o universo artístico cultural feirense
Por Silvana Ferraz
Palco para grandes espetáculos, o Teatro Margarida Ribeiro, localizado na Rua José Pereira Mascarenhas, no bairro Capuchinhos, foi aberto em novembro de 1982, com a apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia.
Segundo a diretora do espaço, Luluda Barreto, a primeira localização do Teatro Margarida Ribeiro foi na Rua Carlos Gomes, onde antes funcionava um boliche. “Tivemos um espaço com toda estrutura de teatro, que levou o nome da atriz Margarida Ribeiro. Era um espaço pago pela prefeitura para que os artistas feirenses tivessem onde ensaiar e se apresentar. Com a mudança de prefeito, os artistas feirenses ficaram sem espaço para disseminar a cultura e arte. Com a intervenção do então prefeito José Raimundo Azevêdo, o auditório do Colégio Monteiro Lobato foi transformado no Teatro Municipal Margarida Ribeiro, onde está em funcionamento até os dias atuais”, informa.
O teatro Margarida Ribeiro recebeu esse nome para homenagear a atriz e ativista política de Feira de Santana, Margarida Ribeiro. Margarida foi estudante de teatro da universidade federal da Bahia (UFBA) e faleceu tragicamente num acidente automobilístico em cinco de maio de 1975. A atriz atuou em várias peças encenadas nos anos 60, como: “O Boi e o Burro a caminho de Belém”, “Joãozinho e Maria” e Pinóquio”.
Totalmente recuperado pelo governo municipal, o teatro Margarida Ribeiro foi reinaugurado em 18 de junho de 2015 com a apresentação da peça “Abafabanca, uma delícia de comédia”, inspirada e atualizada a partir da versão original de 1987. “O espaço, ganhou novas poltronas, além do número de assentos fixos terem sido ampliados para 271, sendo 4 para portadores de necessidades especiais; camarins modernizados e climatizados, nova caixa cênica, nova iluminação cênica e saída de emergência”, descreve a diretora do teatro.
A atriz e arquiteta Márcia Villar se apresentou no teatro Margarida Ribeiro nos dias 20 e 21 de novembro de 2015, com o espetáculo “Eu e Elas” – peça que abordou as atitudes de uma família diante de situações tais como a morte de um ente querido, a dificuldade de conviver com a ausência, as diferenças e a tentativa de controlar e moldar a vida do outro – lembra que ficou surpresa com a nova estrutura do espaço. “Eu fiquei muito encantada não somente com a nova estrutura, mas também pelo fato da importância do teatro para a disseminação da cultura da cidade. O espaço agregou conforto e beleza, além de ser bem localizado e possuir amplo estacionamento”, opinou.
Luluda conta que o teatro Municipal Margarida Ribeiro faz parte da história de Feira de Santana. “Em se tratando a atriz Margarida Ribeiro, temos muito que agradecer por todos os seus feitos em prol da cultura de Feira de Santana. Uma jovem estudante de teatro mereceu essa linda homenagem. Falar de teatro em Feira de Santana e não falar de Margarida Ribeiro é praticamente impossível. E eu me sinto orgulhosa e honrada de também fazer parte dessa história. Desde os 17 anos de idade que vivo nesse meio artístico cultural da cidade, acompanhando o crescimento e desenvolvimento dessa área de perto”, revela.
Matéria publicada na versão impressa da revista Sacada.