Cidadãos contribuem para o bem-estar e para o desenvolvimento social através de voluntariado nas Bases Comunitárias da PM

Edvaldo Queiroz começou a dar aulas de informática como voluntário na Base Comunitária (BCS) do Calabar, em Salvador, através do programa Bahia. Estado Voluntário. Crescido no Parque São Paulo, bairro vizinho ao Calabar, ele nutre um vínculo afetivo com a região e vê nas aulas uma forma de devolver à comunidade o que aprendeu.

“Sempre quis compartilhar o que sei com a minha comunidade, e essa é uma maneira de unir as pessoas. Em um país com tanta desigualdade, acredito que ações voluntárias ajudam a construir uma sociedade melhor”, dividiu.

Ele foi um dos 24.195 voluntários baianos cadastrados na plataforma www.estadovoluntario.ba.gov.br que participaram do workshop da Segurança Pública nesta quinta-feira (31), no Centro de Operações e Inteligência da Segurança Pública (COI), em Salvador. A capacitação, fruto de parceria entre as secretarias estaduais de Segurança Pública (SSP-BA), de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) e de Administração (Saeb), aproxima as forças de segurança dos trabalhos realizados em projetos comunitários na Bahia.

À frente da Superintendência de Prevenção à Violência da SSP-BA, a coronel Denice Santiago ressalta que os projetos da sociedade civil promovem a participação social e constroem com o Governo da Bahia parcerias para um estado de paz. “Nosso secretário sempre traz os três Is como fundamentais: a integração, a inteligência e o investimento. É essa integração com a sociedade que nós defendemos aqui, a partir dessa escuta à sociedade. Tudo isso vai fazer com que nossa juventude, que é o nosso foco principal de alcance, possa participar e ter outra perspectiva de vida”, destacou.

O programa Bahia. Estado Voluntário foi criado pela SJDH com o objetivo de coordenar e incentivar o voluntariado em todo o estado. Por meio da plataforma www.estadovoluntario.ba.gov.br, cidadãos interessados podem se candidatar a uma das 61.150 oportunidades disponíveis em projetos esportivos, de qualificação profissional, de reforço escolar e até em tarefas administrativas em diferentes locais, incluindo as Bases Comunitárias de Segurança (BCS) da PM. Para se inscrever, basta acessar o portal e buscar as oportunidades disponíveis.

Foto: Feijão Almeida/GOVBA

Transformação social

Edson Ventura é outro exemplo de voluntário comprometido. Professor de boxe na BCS do Bairro da Paz, ele conta que o desejo dele sempre foi o de levar o esporte para mais pessoas da comunidade. “O boxe me ajudou a me fortalecer e a criar disciplina. Acredito que ele tem o poder de transformar vidas, especialmente de jovens,” afirma.

A rotina de Edson na base comunitária inclui treinos de segunda a sábado. No local, ele orienta os participantes sobre técnicas e promove debates sobre valores como respeito e autocontrole.

Para os alunos, as aulas representam muito mais que um aprendizado, são projetos de vida. “O boxe, pra mim, é tudo. O boxe mudou minha vida em vários aspectos: físico, mental. Graças ao boxe, hoje, eu tenho um plano de carreira, sei o que eu quero para o futuro”, disse o aluno Robson Araújo.

Com apenas 18 anos, a filha do treinador Tifany Ventura já foi campeã brasileira de boxe duas vezes, na categoria juvenil, treinando através do projeto na comunidade. “Eu agradeço a Deus e ao meu pai, por ter me apresentado o boxe. A gente treina todos os dias, treina duro, nada é fácil. Mas o projeto abre portas para muitos jovens, para que conheça o esporte e para que não vá para a criminalidade”, avaliou a atleta.

No boxe, jovens e adultos encontram um espaço seguro e estruturado. A modalidade permite que desenvolvam não só habilidades esportivas, mas, também, capacidades emocionais — fundamentais para enfrentar desafios do dia a dia.

Além da Base do Calabar e do Bairro da Paz, outras BCS, como as de Itinga e Fazenda Coutos, contam com o apoio de voluntários que contribuem com atividades esportivas, reforço escolar e cursos profissionalizantes. Todos eles têm direito a uma certificação oficial, reconhecendo as contribuições para o programa.

Repórter Tácio Santos/GOVBA, com informações da repórter Milena Fahel/GOVBA

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