As perspectivas para o mercado de construção

Especialista fez um balanço sobre o mercado de 2020, destacando que o PIB da construção teve uma queda de 7%, seguido pelo de serviços que chegou a -4,5% e o PIB geral -4,1%

Segundo especialista, cenário atual terá impacto em construções iniciadas nos próximos anos.| Foto: Shopify Partners

Na semana passada, a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) promoveu o Abcic Networking VIII, que contou com a apresentação da economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas, que discorreu sobre o tema “Perspectivas para 2021: a construção pode ser propulsora da retomada? (Desafios e Soluções)”.

Durante a apresentação, a especialista fez um balanço sobre o mercado de 2020, destacando que o PIB da construção teve uma queda de 7%, seguido pelo de serviços que chegou a -4,5% e o PIB geral -4,1%.

“Assim como o PIB da construção no Brasil, em São Paulo também registrou queda de -3,8%”, comenta. “Na construção, a atividade corrente reflete, em grande medida, decisões tomadas muito tempo antes. Da mesma forma, as decisões tomadas hoje irão ter reflexos nos próximos anos. Assim, as perspectivas de crescimento do setor ao longo do ano de 2021 vão estar refletindo em grande parte negócios realizados, projetos que já foram vendidos.”

Para 2021, afirma durante a apresentação, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-Br, no mês de janeiro já mostrou um aumento de 1,04% em relação a dezembro, na séria com ajuste. Em 12 meses, o indicado registra queda de 4,04%.
No setor de materiais de construção, no primeiro mês do ano, o indicador subiu 0,3% em comparação a dezembro, na série com ajuste. ” Em 12 meses, o indicador registra crescimento de 11,6%.”

Em vendas de cimento, no acumulado de 12 meses, houve alta de 12,4%. Em fevereiro, as vendas cresceram 13,6% na comparação com o mesmo mês de 2020.

Segundo a especialista, de maneira geral, o cenário macroeconômico é de muita incerteza e insegurança. A expectativa de mercado dado pelo boletim do banco central é de 3,23%, projeção de queda para o primeiro trimestre do ano, inflação – IPCA – Índice de preços no consumidor de 4,60%, superior a meta que é de 3,34%; e câmbio para o final do ano é de dólar R$5,30 e Selic de 4,5% ao ano.

“A questão é se o segundo trimestre será de queda, se haverá uma retomada a partir de abril, cenário hoje esse que não permite termos expectativas positivas, pois estamos vivendo o pior período da pandemia”, diz.

“Para construção mantivemos um crescimento na ordem de 4% favorável ao crescimento do PIB geral, sendo puxado pelo PIB formal e PIB empresas”, comenta Ana. “O mercado imobiliário consegue garantir isso, mas, quem puxaria boa parte dos investimentos que serão traduzidos em obras esse ano já estão em andamento ou iniciando a partir do que foi anunciado anteriomente.” . | *Por Grandes Construções

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