Paisagismo em destaque na 30ª CASACOR Minas

O paisagismo é capaz de transformar espaços, contribuindo de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida, bem-estar físico e mental, além de promover a conexão com natureza e com o desenvolvimento sustentável das cidades.

Instrumento potente e fundamental para melhorar a qualidade ambiental urbana, o foco principal do paisagismo está na harmonia entre a estética, funcionalidade, segurança, conforto e privacidade dos ambientes. Por conta disso, é uma das ferramentas com maior potencial de transformação das nossas cidades e, consequentemente, produz impactos diretos na forma como a sociedade contemporânea se relaciona com a natureza. Parte essencial da experiência de visitar a CASACOR Minas está relacionada aos espaços verdes.

Os jardins são um respiro visual em meio ao circuito da mostra. Dos ambientes externos aos espaços internos, o verde se faz presente como elemento essencial de bem-estar, sustentabilidade e conexão com a vida contemporânea. Nesta edição especial, que celebra três décadas de história, os profissionais envolvidos mostram como o paisagismo pode ressignificar espaços, despertar sentidos e transformar o cotidiano em momentos de contemplação e equilíbrio.

Jardins externos

Logo na entrada, o público é recebido pelo Jardim Semear Sonhos, de Wanderlan Pitangui. Concebido para valorizar a entrada principal do edifício, utiliza espécies de média altura, preservando a visibilidade da fachada, compondo com delicadeza e equilíbrio o conjunto visual da construção.

Foto:: Jomar Bragança

Jardim Elo, de Ariel Teixeira, foi criado para conectar três ambientes. Com formas orgânicas e escultóricas, texturas naturais e uma extensa variedade de espécies tropicais marcantes, o espaço se destaca em meio ao circuito.

Foto: Henrique Queiroga

No Quintal dos Sonhos, de Cris Zumpano, montando em um deck de ipê natural em meio aos jardins que o circundam, a arquiteta escolheu espécies marcantes, como as bromélias e o cacto Rabo de Macaco, em harmonia com o colorido das apreciadas orquídeas da espécie Vanda.

Foto: Fabricio Januario

Jardim (IN)SPIRA, de Kat Rosa, reúneelementos naturais e sensoriais, oferecendo um respiro real e simbólico.  O conceito está pautado na singeleza, passando a ideia de um campo que abraça poucas espécies e se colore com tons de verde e outras nuances. Entre os destaques, a nobre Acácia Seyal com seu tronco vermelho e tortuoso, em contraste com a folhagem fina e verde.

Foto: Jomar Bragança

No Jardim das Taquaras, o paisagista Felipe Fontes optou por seguir uma linha naturalista, criando uma atmosfera moderna. A ideia foi valorizar as formações naturais, criando contrastes com as construções do entorno. Entre as espécies escolhidos, estão bambus, capins, samambaias e a composição de folhagens diversas oferecendo uma estética rica que é rica em texturas e movimentos.

Foto: Jomar Bragança

Quintal de Dentro, de André Rocha e Tiago Rossi tem inspiraçãonas linhas elegantes do Art Déco, com influência dos clubes italianos, e na memória afetiva dos pomares. A ideia foi criar um espaço de permanência. Para isso, eles escolheram espécies frutíferas, como a romã, que acompanha a trilha das chaises, propondo um convite ao repouso e à contemplação.

Foto: Eudes Campomizzi

Jardim:Raízes do Tempo, assinado pela equipe da Dr. Do Mato Soluções em Paisagismo, mistura espécies nativas e ornamentais, formas orgânicas e linhas precisas, criando um mural verde para os visitantes do restaurante Minéra. Troncos, pedras e folhagens esculturais evocam a passagem dos anos, enquanto as práticas sustentáveis nele aplicadas reforçam o compromisso com o amanhã. Um projeto de paisagismo criado para contemplar o tempo e a natureza.

Foto: Stúdio2pontozero

Paisagismo em vasos

Dentre os 49 ambientes desta edição, alguns se destacam em relação ao paisagismo. Na Cozinha QuintoAndar, que tem projeto da Balsa Arquitetura, o jardim montado em vasos de diferentes tamanhos oferece um toque fresco a um dos espaços mais criativos da casa.

Na ConfrariaBeth Nejm escolheu a simbólica Oliveira, criando uma composição que surpreende e valoriza ainda mais seu projeto. No escritório Silêncio FértilMaycon Altera optou por um exemplar de Ficus Lyrata para criar um cantinho confortável voltado para momentos de descanso e leitura.

No Living MineiridadeFlávia Roscoe brinca com volumetria e espécies exaltando as potencialidades do verde no dia a dia. Na Sala dos Espelhos, da Esc Arquitetura, espécies populares, como a espada de São Jorge e o mandacaru dialogam com a curadoria de arte e mobiliário, minuciosamente planejada. A Sala Elos, Gislene Lopes, também abriga um vaso monumental de Oliveira, exaltando a beleza e a robustez dessa espécie milenar.

No banheiro Curvas do Interior, Texturas do Tempo, de Bruna de Sá e Chico Casarões, a vegetação tem protagonismo fundamental, em jardineiras que se estendem pela bancada. No Living Raízes, de Manuela Senna, o paisagismo aposta na exuberância docróton, com suas folhas vibrantes e coloridas. No paisagismo, do Encontro e Alento, da Framo Arquitetura, dois vasos da Organne: um abriga uma árvore de Jasmim Manga e o outro com um arranjo de galhos secos.

Casa Boa Vista Deca, da Maraú Design Studio, conta com uma horta na bancada, deixando todas as ervas à mão, sempre que precisar. O Piano Bar, de Gláucia Britto, aposta numa jardineira repleta de folhagens, criando um ponto de contemplação e conexão com a natureza. No Loft Essência, de Graziella Nicolai, o jardim cria a divisão entre ambientes. Para o Origem Minas, Cynthia Silva optou pelas jaboticabeiras, espécie bastante apreciada pelos mineiros. No banho público Terra que Reflete, de Mariana Borges,a vegetação aparece por meio de uma fresta, fazendo uma alusão às nossas florestas.

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