A abertura contou também com a entrega do Prêmio Abrafati de Ciências em Tintas 2025 para os melhores trabalhos selecionados

A 19ª edição do Congresso Internacional de Tintas foi oficialmente aberta nesta terça-feira (23), dentro da programação do ABRAFATI SHOW 2025, no São Paulo Expo. Considerado um dos mais importantes encontros globais do setor, o Congresso reúne, até a próxima quinta-feira (25), 90 trabalhos técnicos, distribuídos em 15 sessões temáticas, que trazem as mais variadas pesquisas, tanto da área acadêmica quanto da indústria.
Esse é o maior evento da série e ganha ainda um simbolismo especial, já que coincide com as comemorações dos 40 anos da Abrafati. Com expectativa de reunir 1.250 congressistas em 3 dias, o encontro reforça mais uma vez seu papel de catalisador no desenvolvimento técnico entre os membros do mercado.
“Neste ano em que a Abrafati completa quatro décadas, quero destacar a visão dos pioneiros que, ainda nos anos 1980, já enxergavam a importância de um Congresso capaz de atualizar os profissionais e promover o intercâmbio de ideias. Desde 89, essa iniciativa tem se mostrado um dos principais motores para o desenvolvimento tecnológico do setor de tintas”, afirmou Luiz Cornacchioni, Presidente-Executivo da Abrafati.
Segundo ele, a programação atual reflete a diversidade das pesquisas no setor, trazendo inovações ligadas às mais diversas tecnologias. “Esses avanços resultam em sustentabilidade, governança, inovação e qualidade, pilares fundamentais que estabelecem o ABRAFATI SHOW como um grande modelo, abrindo horizontes para desenvolver tintas cada vez melhores e alinhadas às demandas da sociedade”, completou.
Prêmio Abrafati de Ciências em Tintas
A cerimônia de abertura também foi marcada pela entrega do Prêmio Abrafati de Ciências em Tintas, que reconhece pesquisadores e iniciativas de destaque que contribuem para o avanço tecnológico e científico do setor. Este ano, com a novidade: Menção Honrosa, recebida pelo pesquisador José Josafá Rebouças de Lima pelo trabalho intitulado “Cores Para Além da Visão: Tintas com Tecnologias Assistivas e Funcionais para Promover o Acesso Sensorial ao Universo das Cores por Pessoas com Deficiência Visual e Neurodivergentes”.
A segunda colocação ficou com Alexandre Gonçalves e seu projeto “Revestimento Epóxi Inteligente de Última Geração com Funcionalidade Tripla: Autorreparação, Hidrofilicidade e Ácaro”. Já o primeiro lugar foi para os pesquisadores Pedro Henrique Barbosa de Oliveira Nogueira, Vanya Márcia Duarte Pasa e Renata Costa Silva Araújo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o trabalho: “Revestimentos de Biomassa Autorreparadores: O Potencial do Bio-óleo de Eucalyptus sp, na Proteção Anticorrosiva Sustentável”.
Essa foi a edição do prêmio que mais recebeu trabalhos em toda a história do evento.
Sessão plenária
A primeira sessão plenária do Congresso Internacional de Tintas foi aberta por Marizeth Carvalho, Presidente do Conselho Diretivo da Abrafati, que trouxe reflexões sobre os desafios e as ambições para o mercado de tintas brasileiro em 2025, apresentando uma previsão até 2030 do que é esperado para o setor. Por meio de uma visão panorâmica do segmento, Marizeth traçou os possíveis cenários para os próximos cinco anos.
“O Brasil hoje ocupa a posição de quarto maior produtor global de tintas em volume, reforçando o protagonismo da nossa indústria nacional. O ano de 2024 é um marco, pois vendemos 112 milhões de litros a mais do que em 2023, isso nos gerou um recorde histórico de vendas, por volta de 1,983 bilhão de litros. Esse crescimento fez com que ultrapassassemos a Alemanhã no ranking mundial. Nós estamos no lugar que devemos estar, e isso é motivo de muito orgulho, é uma celebração!”, disse Marizeth.
Este ano, a previsão de crescimento do mercado é de 2,0% a 2,5% em relação a 2024. Apesar dos bons frutos, a Presidente do Conselho Diretivo ressalta que as previsões para os próximos anos ficam cada vez mais difíceis devido aos desafios das instabilidades e incertezas do mundo. “Esse é o novo normal: mudanças e rupturas contínuas e imprevisíveis, que não seguem uma lógica linear: desde riscos geopolíticos a desglobalização, que geram impactos na cadeia de suprimentos”, completa.
Por isso, destacou a Inteligência Artificial (IA) como forma do mercado adquirir certezas. “Hoje, é possível avaliar todos os impactos na cadeia de produção, o que transforma nossos processos industriais e melhoram o desempenho operacional. Isso tudo traz mais velocidade para nosso setor. Às vezes o ganhador não é somente o melhor, mas quem chega primeiro”, afirma Marizeth.
Ela ressaltou ainda a importância do mercado desenvolver cada vez mais produtos com qualidade por meio do auxílio dessas ferramentas, que com avanço contínuo e investimento, trarão mais inovação para atender à sociedade. Exemplo disso são as mudanças climáticas, que estimulam a criação de tintas mais resistentes às intempéries, evitando e retardando a penetração da água. “Não somente damos cores à sociedade através de tintas, mas também a protegemos por meio delas”, reflete.