Cobertura em Curitiba, Paraná, assinada pelo arquiteto Rodolfo Fontana, é palco de um projeto que equilibra clássicos e contemporâneos

Assinado pelo arquiteto Rodolfo Fontana, o apartamento de 300 m² foi redesenhado para expressar a dualidade de estilos de um jovem casal com um bebê recém-nascido

Foto: Divulgação

Um apartamento duplex de 300 m² em Curitiba se transformou em um verdadeiro exercício de equilíbrio estético. O projeto assinado pelo arquiteto Rodolfo Fontana partiu do desafio de harmonizar dois universos distintos: de um lado, ele, fã do moderno e de tons escuros; do outro, ela, admiradora do clássico e das cores claras. “Brinco que esse projeto foi um verdadeiro trabalho de yin e yang. Cada decisão foi pensada para traduzir a dualidade e, ao mesmo tempo, criar unidade nos ambientes”, revela o arquiteto.

A planta original da cobertura foi completamente alterada. O hall e o living ganharam protagonismo, com o fechamento das varandas laterais — mantendo apenas o terraço da piscina aberto — e a integração entre os ambientes de estar, jantar, gourmet, churrasqueira e TV. O volume do elevador foi revestido por painéis de marcenaria em imbuia, que escondem despensa, rouparia e cristaleira, garantindo circulação fluida e discreta.

A cozinha, em tons claros, conecta-se à churrasqueira por meio de grandes portas de vidro, tornando-se perfeita para os dias frios de Curitiba. Já o home theater ganhou um painel de veludo nude, que traz feminilidade ao espaço e disfarça as portas de acesso ao lavabo, prataria e área de serviço.

Foto: Divulgação

A escada logo no hall é um dos pontos altos do projeto: uma estrutura metálica esbelta com degraus em mármore Branco Paraná, acompanhada por um painel de espelhos em caixaria preta, inspirado nas greenhouses inglesas. Os mármores também aparecem de forma marcante: o Gris Michelangelo foi aplicado na cuba suspensa do lavabo, na parede da TV do home e no bar, contrastando com o Branco Paraná das bancadas e mesa de jantar.

Foto: Divulgação

No décor, peças clássicas e contemporâneas dialogam. O lustre de Murano no hall contrasta com a cadeira assinada por Guilherme Torres, enquanto uma obra de Alfredo Volpi divide espaço com uma escrivaninha dos anos 1950 da Cimo, herança da proprietária. Destaque ainda para a tapeçaria de Concessa Colaço, artista portuguesa que também assina obras no Palácio da Alvorada.

Na área externa, a piscina com revestimento cerâmico preto e bordas em mármore se abre para a vista de um bosque. O terraço foi setorizado em três ambientes — solarium, lounge e mesa de refeições —, esta última protegida por uma cobertura retrátil automatizada. O paisagismo, com espécies como capins rubro e texano, reforça a atmosfera acolhedora e sofisticada.

O azul permeia os dois andares, aparecendo no escritório, no quarto do bebê e na cabeceira do casal. O quarto do bebê ganhou móveis em laca e papel de parede exclusivo, desenhado pela própria cliente, que cultiva a pintura em aquarela como hobby. Já o escritório expõe a biblioteca do casal, ele advogado e ela psicóloga.

O piso superior é dedicado à intimidade. A ampla suíte do casal possui um foyer de distribuição para closets e banheiros independentes. O espaço da senhora conta com boudoir, bancada exclusiva e banheira de imersão com vista para o horizonte. O conforto é garantido pelo carpete antialérgico que reveste todos os ambientes.

Com um acervo de obras e objetos que inclui nomes como Salvador Dalí, Poty Lazzarotto, Lalique, Baccarat e Christofle, além dos já citados Volpi e Concessa Colaço, o projeto reafirma a essência da dualidade. “Mais do que uma casa, criamos um espaço que expressa a história desse casal, suas heranças e preferências, em um diálogo constante entre o clássico e o contemporâneo”, conclui Rodolfo Fontana.

Leia também

Em destaque