Empresa paranaense está entre as protagonistas de projetos que unem inovação, eficiência e sustentabilidade em centros de distribuição e plantas industriais

O mercado global de edificações verdes (green buildings) deve movimentar US$ 650 bilhões em 2025 e chegar a US$ 1,09 trilhão até 2030, crescimento médio anual de 10,82%, segundo o Business Research Insights. O avanço está diretamente ligado à arquitetura industrial, já que cada vez mais empresas buscam ir além da agenda ESG em programas e projetos e investem em construções sustentáveis.
De acordo com o U.S. Green Building Council, 42% dos edifícios industriais recém-construídos têm buscado certificações como a LEED ou equivalentes. Na Europa, levantamento do Observatório do Setor da Construção mostra que 45% dos projetos industriais em 2024 adotaram o digital twin-based design planning, ou planejamento de projetos com gêmeos digitais, que permite prever, testar e otimizar decisões antes da execução física, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência ao longo do ciclo de vida da edificação.
No Brasil, a legislação ambiental, a valorização das certificações e a busca por eficiência operacional vêm impulsionando esse movimento. “As medidas vão desde eficiência energética e gestão hídrica até o uso de materiais sustentáveis e soluções de fluxo logístico. Não são apenas ecológicas — muitas geram redução de custos operacionais e valorização do ativo imobiliário”, avalia o arquiteto Eduardo Bopp, especialista em projetos industriais.

Destaque local
Um dos exemplos de maior repercussão é o Centro de Distribuição da Coca-Cola no Caju, no Rio de Janeiro, que conquistou a certificação LEED Platinum, nível máximo concedido pelo U.S. Green Building Council. O empreendimento alcançou posição entre os 6% de edifícios mais eficientes do mundo em desempenho ambiental.
Entre as soluções aplicadas estão o sistema Skylux, que amplia a entrada de luz natural e reduz a necessidade de iluminação artificial, e o Exhaust, de ventilação natural, que melhora a qualidade do ar e diminui o uso de climatização mecânica. Essas medidas resultaram em até 54% de redução no consumo de energia elétrica em comparação a centros convencionais.
A paranaense Engepoli, especialista no desenvolvimento de soluções de iluminação e ventilação natural para a indústria e logística, foi responsável por essas tecnologias. Segundo o CEO, Cássio Pissetti, elas estão entre as mais demandadas do setor. “Quando bem aplicados, esses sistemas reduzem a necessidade de iluminação artificial e climatização mecânica, o que gera queda expressiva no uso de energia, melhora a qualidade do ar e o conforto térmico. O resultado é um ambiente mais produtivo, seguro e agradável”, afirma.
Nos projetos desenvolvidos pela companhia, já se observa economia de até 80% no uso de iluminação artificial durante o dia e até 40% na climatização em algumas aplicações industriais, dependendo da dimensão da planta e da atividade desempenhada.
A expectativa, avalia Pissetti, é de que o movimento siga em expansão. “Estamos constantemente aprimorando nossos produtos. Para os próximos anos, podemos esperar soluções cada vez mais inteligentes, que unam controle automatizado da luz natural, ventilação com aberturas dinâmicas e novos materiais de alto desempenho térmico. A ideia é que as plantas industriais se tornem cada vez mais autossuficientes em energia e capazes de oferecer ambientes de trabalho mais saudáveis”, finaliza.