Com escolhas conscientes e cuidados adequados é possível criar ambientes bonitos, funcionais e cheios de história

Escolher móveis duradouros é um processo que começa antes da compra e envolve olhar técnico e sensibilidade estética. A arquiteta Rose Chaves explica que mais do que seguir tendências, é essencial entender o comportamento dos materiais e o modo como eles envelhecem. Estruturas sólidas, encaixes bem executados e acabamentos uniformes são os primeiros sinais de que a peça resistirá ao tempo.
Na hora da escolha, vale observar o tipo de madeira e o processo de montagem. Madeiras como freijó, tauari e carvalho possuem resistência natural e aparência atemporal, enquanto o MDF de alta densidade é ideal para quem busca custo-benefício e estabilidade. Outro ponto é o uso de ferragens de qualidade, que evitam folgas e garantem que portas e gavetas se mantenham firmes mesmo após anos de uso constante.
“Móveis planejados são excelentes investimentos quando bem projetados, porque se adaptam ao espaço e à rotina de quem vive nele. O segredo está em priorizar as marcenarias que trabalhem com matérias-primas certificadas e acabamentos resistentes. Quando o cliente participa do processo e entende o valor técnico da execução, ele passa a enxergar o móvel como um patrimônio e não como um bem descartável”, comenta a arquiteta.
Para quem prefere peças individuais, observar o equilíbrio entre estética e função é indispensável. Sofás com estrutura de madeira tratada e espuma de alta densidade mantém o conforto por mais tempo, enquanto mesas com tampo em pedra natural ou madeira maciça suportam o uso diário sem deformar. A indicação é evitar móveis excessivamente leves, pois isso costumam indicar fragilidade estrutural.
“O bom design é aquele que sobrevive às mudanças. Antes de comprar, é importante testar o móvel, sentir a firmeza das junções e a textura do material. Móveis que duram são aqueles que contam histórias e resistem às modas passageiras. O consumidor deve buscar peças que evoluam junto com a casa e continuem belas mesmo depois de muitos anos de uso”, explica.
O garimpo de móveis vintage também é uma excelente forma de unir charme e sustentabilidade. Peças antigas em jacarandá, imbuia ou peroba costumam apresentar durabilidade superior à de muitos produtos novos. É importante sempre avaliar a estrutura e substituir e ajustar apenas partes danificadas, preservando o desenho original. Restaurar é dar continuidade à história do objeto com um novo significado.
“Uma peça vintage de qualidade pode atravessar gerações se for bem cuidada. Um bom restaurador consegue preservar a alma do móvel e adaptar ao estilo atual da casa. Além de trazer autenticidade, esse tipo de aquisição valoriza o consumo consciente e reduz o desperdício. Móveis com história não são apenas objetos, são legados afetivos e culturais”, completa Rose.
Independentemente do estilo, a durabilidade está ligada à rotina de cuidados. Proteger as peças do sol direto, evitar o excesso de umidade e realizar limpezas adequadas garante que o investimento se mantenha por décadas. Escolher com calma, comparar fornecedores e entender os materiais é o caminho para criar ambientes que combinam beleza, resistência e propósito.
“Cuidar bem de um móvel é o que define quanto tempo ele vai acompanhar a família. A limpeza com produtos neutros, o uso de panos macios e o cuidado com a exposição à luz e à umidade são atitudes simples que prolongam a vida útil de qualquer peça. A manutenção constante é o toque final para transformar móveis em heranças de valor”, conclui.
Sobre a especialista – Rose Chaves está no segmento de arquitetura e design de interiores há mais de 30 anos. É especialista em pisos e revestimentos e sua paixão é transformar ambientes em arte seguindo sempre as principais tendências, mas sem deixar de lado a exclusividade que cada cliente merece.
