O arquiteto Pedro Coimbra desafia convenções e mostra que a cozinha branca pode ser, sim, acolhedora, funcional e cheia de personalidade — unindo design, praticidade e harmonia estética
Durante muito tempo, a cozinha branca foi vista como um tabu no universo do décor. Fria demais, impessoal ou difícil de manter: esses eram alguns dos mitos que cercavam o uso da cor. No entanto, o arquiteto Pedro Coimbra propõe uma releitura elegante e contemporânea desse clássico, provando que o branco, quando bem trabalhado, é sinônimo de leveza, amplitude e sofisticação.
Neste projeto ele criou uma ampla cozinha clean e funcional, onde cada detalhe foi pensado para unir beleza e praticidade, ser um espaço que respira frescor, conforto e design atemporal.
Pedro acredita que o branco, longe de ser uma cor neutra, é um verdadeiro curinga para a criação de atmosferas acolhedoras. “O segredo está na composição. A partir do branco, conseguimos brincar com texturas, contrastes e pontos de cor, criando uma cozinha que é tudo, menos monótona”, explica o arquiteto.
No projeto, o branco aparece de forma predominante, mas com sutilezas que quebram qualquer rigidez: o armário ripado em laca branca traz ritmo visual e movimento às superfícies, enquanto as banquetas de ferro branco reforçam o conceito clean, sem abrir mão da leveza estrutural.
O charme da cozinha se revela logo sob os pés. O piso hexagonal em tom verde cria uma quebra cromática sofisticada, trazendo frescor e personalidade ao ambiente. O contraste entre o verde suave e o branco dominante proporciona uma atmosfera equilibrada e vibrante ao mesmo tempo.
A funcionalidade é um dos pilares do projeto. A marcenaria personalizada foi pensada para oferecer múltiplos compartimentos, aproveitando cada centímetro de forma inteligente. Há espaço para geladeiras embutidas, torre quente, sugar e cooktop, tudo perfeitamente alinhado à estética clean proposta pelo arquiteto.
A bancada complementa o visual minimalista, trazendo brilho e resistência ao uso diário. Com linhas puras e acabamento sofisticado, ela cria uma transição fluida entre as áreas de preparo e convivência.
Ao lado da área de preparo, o arquiteto desenhou um canto alemão que transforma a cozinha em um verdadeiro ponto de encontro. A combinação entre mesa, cadeiras e o estofado embutido cria uma atmosfera intimista, ideal para refeições rápidas, cafés e conversas.
O profissional destaca que esse tipo de composição reforça o conceito de cozinha como coração da casa. “A cozinha é o lugar onde a vida acontece, onde se cozinha, se conversa e se vive. O canto alemão traz esse acolhimento de forma elegante e funcional”, diz.
O toque final vem com a parede de quadros em preto e branco, um gesto de personalidade que transforma o espaço em uma pequena galeria. As composições fotográficas trazem contraste e profundidade, criando um diálogo visual com o piso verde e o mobiliário branco.
Pedro Coimbra mostra que o branco, quando tratado com sutileza e intenção, pode ser o ponto de partida para cozinhas que encantam pela simplicidade e pela sofisticação. O arquiteto quebra o preconceito em torno do branco e o ressignifica como sinônimo de elegância e luminosidade.
“Cozinhas brancas pedem coragem e delicadeza. Elas revelam os detalhes e características únicas, mostrando a identidade do morador, cada textura, cada detalhe do projeto, mosra — e é exatamente isso que as torna únicas”, conclui Pedro Coimbra.



