Decoração, design de interiores e arquitetura têm abordagens comerciais diferentes, por isso é conveniente ressaltar as delimitações desses profissionais, sobretudo quanto à responsabilidade técnica e à atribuição legal
Quando o assunto é decorar ou transformar um ambiente, a dúvida de qual profissional recorrer é frequente, porque existem algumas restrições relacionadas à atribuição legal e à responsabilidade civil do executor da obra. Decoração, design de interiores e arquitetura têm abordagens comerciais diferentes, haja vista que decoradores e designers não dispõem do diploma legal que os habilitem a interferir na estrutura física da obra, e que, caso haja um acidente, o cliente não tem a quem responsabilizar. Portanto é conveniente ressaltar as delimitações desses profissionais, sobretudo quanto à responsabilidade técnica e à atribuição legal.
O decorador tem suas atribuições muito restritas e sua função restringe-se à escolha de acessórios, móveis ou cores sem interferir fisicamente na estrutura do imóvel. Este pode ser o profissional indicado para planejar espaços internos, para casos de mudanças estilísticas ou definição de acabamentos e mobiliários. Sua formação é concedida através de um curso de curta duração ou é exercida de forma autodidata.
Design é a disciplina que envolve a criação de objetos, ambientes, obras gráficas, dentre outros, e o designer de interiores, é um dos profissionais envolvidos nessas criações. Ele tem a função de organizar o espaço coerentemente com a responsabilidade de seguir as normas técnicas de acústica, luminotécnica, ergonomia, e térmica. É habilitado a criar espaços através da composição de layout, da ampliação ou redução de espaços através de efeitos cênicos, aplicações de tendências e novidades técnicas. Contudo o seu trabalho restringe-se a ambientes internos, para complementar o fechamento da obra, auxiliando o arquiteto a resolver os espaços existentes na edificação de forma a atender melhor às necessidades do cliente.
Esse profissional ainda não tem o reconhecimento de uma profissão regulamentada e o principal entrave encontrado pelos profissionais é a proibição de alterar a estrutura física do ambiente.
A arquitetura é a arte de projetar e construir edifícios e arquiteto é o especialista que possui formação em curso de arquitetura e urbanismo. É a formação em curso de arquitetura que licencia a atuação em várias áreas, como execução de desenho técnico, elaboração de orçamento, estudo e planejamento de projetos, padronização, mensuração e controle de qualidade, execução de obra e serviços técnicos.
Seu trabalho inicia desde a implantação do projeto, a partir da análise do terreno para a construção com o parecer sobre a localização, também a legislações idílicas e urbanas, aspectos ambientais e topográficos.
Compreende a concepção da obra, residencial ou comercial, total ou parcial, das reformas e restaurações, internas e externas, incluindo aberturas, fechamentos, colunas, vigas, escadas e tudo que tenha relação entre os espaços, sua destinação e usos. Após a intervenção do arquiteto, vem o design de interiores e, por fim, a decoração.
A profissão é regulamentada por um conselho de classe, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Sendo assim, seus trabalhos são acompanhados por um documento chamado Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) onde constam os dados do projeto e/ou obra e as devidas atribuições do contratado.
Há três tendências profissionais. Primeira, os que se dedicam à decoração de interiores; segunda, os arquitetos de edificações, projetistas ou executores, e a terceira tendência são os arquitetos que receberam formação em urbanismo e podem planejar regiões e bairros, estes são encontrados na maioria nos órgãos públicos e nas universidades.
A formação em diversas áreas concede então, ao arquiteto, o embasamento artístico e uma visão abrangente dos espaços, preparando-o para executar um projeto tanto em escala urbana e projetos de grande porte como no interior de uma residência. Dos conhecimentos em projetos em geral, como os projetos de paisagismo e urbanismo, à avaliação do terreno para a implantação do projeto, passando por detalhamento de interiores, até o gerenciamento da obra.