
Morar ou ter a possibilidade de comprar um imóvel de veraneio à beira-mar é o sonho de muitas pessoas, mas, para os arquitetos, engenheiros e construtores, é um desafio técnico que exige planejamento, conhecimento climático e uma escolha precisa de materiais.
A maresia, a umidade e a exposição solar intensa são fatores que, se não forem considerados desde a concepção do projeto, podem comprometer a durabilidade e o conforto das construções litorâneas. Segundo o arquiteto Patrick Romann, CEO da Rocha Real, com atuação em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, o segredo está em unir conhecimento, estética, materiais de alta qualidade e manutenção inteligente. “Ao projetar no litoral, é necessário pensar em como o tempo vai agir sobre a edificação. O vento, o sal e a umidade exigem soluções que garantam proteção e longevidade, sem deixar de lado o design e a leveza que esse tipo de ambiente pede”, explica.
Entre as recomendações mais importantes do especialista, estão o uso de materiais resistentes à corrosão e à umidade, como estruturas metálicas galvanizadas, esquadrias de alumínio com pintura eletrostática, porcelanatos de alta densidade e madeiras tratadas. Além disso, um projeto de ventilação natural é essencial para evitar mofo e infiltrações. “A ventilação cruzada e os beirais bem dimensionados são aliados fundamentais. A arquitetura deve trabalhar a favor do clima, aproveitando o vento e a iluminação natural de forma equilibrada”, afirma Romann.
Outro ponto que merece atenção é a manutenção preventiva, que deve ser planejada desde o início da obra. Revestimentos que facilitam a limpeza e o uso de tintas e vernizes com proteção UV ajudam a preservar a aparência e reduzir custos a longo prazo. É importante investir em materiais de qualidade e prever revisões periódicas. Afinal, um bom projeto nasce com essa consciência: o de ser bonito e funcional hoje, mas também sustentável e durável com o passar dos anos.
Para Patrick Romann, construir próximo do mar é uma oportunidade de explorar a integração entre arquitetura e paisagem, mas com responsabilidade ambiental, técnica e com escolhas seguras e assertivas. “A arquitetura litorânea tem uma linguagem própria, que traduz leveza e contato com a natureza. Mas só se mantém bonita e confortável com um olhar atento à técnica e ao tempo”, conclui o arquiteto.
