
Do piso ao teto da Casa Nuoca, envelopando as experiências táteis e com máxima eficiência material. O Bambu tem potencial para revestir projetos de interiores de diversas naturezas e oferece inúmeros benefícios além de sua estética ímpar.
Por se tratar de uma gramínea, seu ciclo de vida para corte – de apenas seis anos – o coloca em vantagem em comparação a outras madeiras tropicais que demoram até 30 anos para crescer. Além da sustentabilidade, a alta densidade e resistência alongam a durabilidade do material, tanto é que o bambu é indicado para lugares de alto tráfego de pessoas como shoppings e hotéis, por exemplo.

O Bambu é extremamente versátil, pode ser utilizado em pisos, paredes e revestimentos de mobiliário. É também um material de altíssima dureza, inclusive mais duro que muitas madeiras tropicais como Ipê, Cumaru e outras espécies amazônicas. Por conta da sua alta densidade, ele não amassa e é super indicado para espaços de alto tráfego -, explica Tatiana Fingerhut, diretora da Morada Eco e fornecedora do material para a Casa Nuoca.
Essas qualidades seriam suficientes para convencer os arquitetos do escritório Couna para a produção do primeiro modelo da Casa Nuoca, em exibição na CASACOR/SC-Florianópolis até 09 de novembro. O que os fez bater o martelo na escolha foi a estabilidade do material, um detalhe importantíssimo na hora de transportar a estrutura para a mostra catarinense.
– Quando o escritório veio nos procurar para indicação de materiais sustentáveis, mas que também atendessem a demanda real do projeto, pois ao final da mostra a Casa Nuoca será transportada para seu destino final, pensamos primeiramente no Bambu. Pelo fato do material ser constituído de fibra, e não de madeira maciça, ele não trabalha. A madeira tem desvantagem neste sentido, pois sofre trabalho de dilatação em trânsito, enquanto que o bambu é extremamente estável – complementa Tatiana.

A novidade surpreendeu o arquiteto Guilherme Pegorara, sócio do Couna Arquitetura. Acostumado a trabalhar com madeira convencional, o bambu se revelou como um perfeito protagonista.
– Para nós foi incrível conhecer os atributos do material em comparação às madeiras convencionais que estamos acostumando a trabalhar. O material é estável, bonito, cheiroso e resistente. A gente inclusive colocou uma TV de 65 polegadas nele. Também respondeu a tudo que a gente buscava: estética, beleza, resistência, praticidade, pois ele chega pronto para instalação, não precisa de pintura. Foi uma solução única que ainda nos permitiu resgatar a técnica ancestral de carpintaria, no teto arredondado, lembrando também uma oca, referência que aplicamos no projeto -, partilha o arquiteto.