CASACOR SP 2023: a essência da arquitetura modernista é traço do escritório de Tufi Mousse

Escritório comandado pelo arquiteto Tufi Mousse – com filial também em São Paulo -, apresenta a relação estabelecida entre o corpo e a morada na Casa Morena

Fotos: divulgação

A leitura do tempo vivido com seus dilemas contemporâneos influencia os modos de vida e os fluxos da morada. O espaço não só responde às necessidades funcionais de quem o habita, mas revela a subjetividade do seu morador. Partindo deste exercício de autoconhecimento e identidade, o escritório catarinense comandado pelo arquiteto Tufi Mousse – com filial também em São Paulo -, apresenta a relação estabelecida entre o corpo e a morada na Casa Morena.

“A Casa Morena personifica essa relação criada no espaço como um reflexo de autenticidade. Somos seres raros com individualidade e semelhanças. A morada não existe se nela não a habitarmos e para isso temos que envolver nosso corpo nessa veste que chamamos de lar. É assim que definimos “Corpo e Morada”, tema da CASACOR, neste projeto. A casa como reflexo do nosso corpo com necessidades e responsabilidades”, explica o arquiteto.

O ambiente de 152 metros quadrados recebe boa parte da luz natural durante o dia por conta da posição que ocupa no roteiro da mostra paulistana, sediada pelo segundo ano consecutivo no Conjunto Nacional de 30 de maio a 06 de agosto, em plena Avenida Paulista. O escritório faz bom uso dos raios de sol que evidenciam a cuidadosa seleção de materiais texturizados, sublinhando as formas arredondadas do mobiliário escolhido em contraste com o elegante tom acastanhado ao fundo, que lembra a cor da pele.

“O ambiente de natureza orgânica envolve os visitantes e oferece um layout a ser descoberto de forma instintiva. Repleto de texturas aplicadas nas superfícies e na movelaria, a morada envolve e veste nosso corpo com leveza nos sensibilizando sobre delicadeza da vida”, acrescenta Tufi.

Na sutileza dos materiais empregados, o escritório cria a identidade do simulacro e instiga os sentidos do corpo à percepção mais aflorada. A combinação costura sensações despertadas a partir da presença dos elementos originais e industriais, como o revestimento frio aplicado nas paredes em harmonia com a limpidez da madeira natural no piso.

A moldura acolhe o mobiliário de traço modernista brasileiro e as criações de autoria do escritório em tons de terra vermelha. Eleitos pelo escritório como destaques estão as peças consagradas dos designers Sergio Rodrigues e Ricardo Fasanello, e ainda os lançamentos das mesas de centro, de jantar redonda e cadeiras da linha Alfi desenhada pelo arquiteto.

“O tratamento especial elaborado para o projeto luminotécnico traz o efeito de luz natural para o ambiente. Luz e materiais estão conectados de forma inseparável. O efeito se dá por meio da percepção efetiva da luz nos materiais, realçando as características de cada textura. Madeira, cerâmica, pedra e forrações naturais estão presentes para representar as texturas da pele da Casa Morena”, complementa.

O layout é integrado visualmente, porém com os espaços bem demarcados pelas funções. A circulação propõe fluxos que não prejudicam o uso de cada elemento, sem perder a vista geral do ambiente e nem causar confusão. Os anos de experiência do escritório com o desenvolvimento de projetos de interiores nortearam a configuração da Casa Morena de maneira bastante intuitiva, quebrando regras e propondo outros trajetos rotineiros. As obras de arte fornecidas pela galeria Simões de Assis aprofundam o caráter subjetivo do projeto, a partir das escolhas que fazem sentido para quem vive verdadeiramente o lar.

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