Projeto da arquiteta Bruna Sposito, do Sum + Studio
O uso de containers como base para residências e projetos comerciais vem se destacando por sua praticidade, versatilidade e, principalmente, por ser uma solução sustentável. Com a urgência em investir em iniciativas que poupem recursos naturais e evitem a degradação ambiental, é importante considerar alternativas que busquem o reaproveitamento e reduzam a geração de resíduos.
Comparado às construções convencionais de alvenaria, o uso de containers apresenta uma redução significativa na geração de resíduos. Isso porque a produção de areia e cimento, necessários para as construções de alvenaria, demandam grandes volumes de recursos naturais e liberam gases causadores do efeito estufa.
Com o container, a base já vem pronta (e o melhor: ela não fica enferrujando em depósitos ao ser inutilizada para o transporte de cargas). Depois de limpa e devidamente tratada, é só fazer o acabamento com drywall ou steel frame, duas técnicas que são naturalmente mais econômicas no que diz respeito à quantidade de materiais. Além disso, o tempo de entrega é bem mais rápido: apenas três meses (as casas tradicionais levam mais de um ano para serem entregues).
A arquiteta Bruna Sposito, do Sum + Studio, acompanhou de perto as vantagens desse método. Ela é a responsável pelo projeto do Hostel Container, localizado na Praia de Canasvieiras, em Florianópolis (SC), e enumera os pontos positivos. “Rapidez na entrega, obra limpa, sustentabilidade e possível realocação dos containers para outro terreno”, comenta.
Outro benefício é que a terraplanagem não necessita de movimentações intensas de terra. Por isso, fica pronta mais rápido e ainda dispensa o uso de muitos recursos financeiros.
Com 250 metros quadrados, o estabelecimento planejado por Bruna é composto por oito containers de 40 pés. Todos foram apoiados em pontos estruturais de concreto, conhecidos como sapatas, que garantem firmeza aos módulos. E, uma vez que a construção não está totalmente apoiada na terra, mantém-se a permeabilidade da superfície. Assim, não há alagamentos nem acúmulo de água.
Em relação à planta, o projeto conta com uma ala comum aberta equipada com piscina, sala de jogos, espaço de churrasco, área de convivência e quadra para esportes. Há também ambientes fechados coletivos, como recepção, sala de TV, cozinha, banheiro social e local destinado às refeições. Afinal, compartilhar vivências e bons momentos é a premissa de todo hostel!
Na parte dos quartos, é possível escolher opções que acomodam quatro e seis pessoas (todos os ambientes são suítes e têm de 14 a 18 metros quadrados). Por falar na área de descanso, a disposição de cada container foi pensada especialmente para garantir conforto. “Estudamos as mudanças climáticas no local durante o ano e também analisamos as edificações vizinhas. E, a partir de então, situamos os módulos no terreno de forma que a ventilação estivesse garantida em todos os quartos”, ressalta Bruna.