Entre o natural e o sensorial: o paisagismo que conecta arquitetura e natureza em Petrópolis

Assinado pelo Studio Julio Sousa Paisagista, o projeto no Condomínio Vale do Barão propõe uma imersão contemporânea na paisagem da Mata Atlântica

Inserido em uma área de 11 mil metros quadrados no Condomínio Vale do Barão, em Petrópolis (RJ), o projeto de paisagismo assinado pelo Studio Julio Sousa Paisagista traduz a essência de uma casa de campo familiar: um refúgio onde a natureza não é apenas cenário, mas protagonista. A proposta nasceu do desejo dos moradores de ter um jardim de formas orgânicas, com pontos de cor e espécies aromáticas que despertassem sensações e memórias afetivas.

Com estilo contemporâneo de inspiração toscana, o projeto foi concebido em dois meses e executado em apenas 28 dias — resultado de uma leitura precisa do lugar e de suas relações com o entorno. Inserido no bioma da Mata Atlântica, o paisagismo valoriza espécies nativas e resilientes, de baixa manutenção e fácil manejo, como lavanda, alecrim, agapanto, azaleia, viburno e jacarandá-mimoso. “Buscamos provocar estímulos e sensações, criando uma convivência harmônica entre o natural e o construído”, explica Júlio Sousa.

Logo ao redor da casa, um jardim sensorial com lavanda, alecrim e jasmim cria uma atmosfera de frescor e leveza, exatamente como a cliente desejava. A estratégia “menos é mais” orientou a implantação: vegetação nas bordas e maciços pontuais liberam a vista para o horizonte, enquanto o novo deck de madeira de pinus autoclavado conforma uma área plana de uso intenso pela família — espaço de convivência e contemplação, especialmente nos fins de tarde, quando o pôr do sol transforma o cenário.

A integração entre os diferentes setores do terreno foi pensada como uma sequência de experiências: o fogo de chão, o deck, a área da oliveira e o campo de futebol se articulam por caminhos fluidos que acompanham o relevo natural. A oliveira, símbolo de união e longevidade, tornou-se um ponto afetivo central, representando a família. Na subida até a sede, o olhar é guiado por maciços de viburnos, azaleias e hortênsias, enquanto na cerca de divisa as bougainvilleas acrescentam cor e movimento.

Mais do que um jardim, o paisagismo propõe um modo de viver o espaço: entre o natural e o sensorial, entre o projetado e o espontâneo. O resultado é uma paisagem que reforça o sentimento de paz e liberdade, dissolvendo os limites entre o interior da casa e a natureza exuberante de Petrópolis.

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