Flores que não murcham: a poesia cerâmica de Gisela Pedroso celebra a primavera

Foto: Carol Rivieri

As flores sempre encantaram a humanidade. Símbolo de beleza, renovação e delicadeza, elas falam uma língua silenciosa que atravessa culturas e épocas. Cada pétala parece carregar uma emoção, um gesto, um instante de vida que se revela e, em seguida, se despede. É justamente dessa dualidade — entre o efêmero e o eterno — que nasce a poesia da Coleção Flores, da artista e ceramista Gisela Pedroso.

Aproveitando a primavera, a artista celebra as belezas da estação com obras que transformam o barro em flor. Segundo Gisela, desde criança as flores fazem parte de seu imaginário e de sua forma de ver o mundo. Mas em seu ateliê, localizado no coração do Centro Histórico de Itu, elas não são colhidas, são moldadas. “Cada vaso com flores nasce do barro, da ideia de eternizar o que normalmente é efêmero”, explica.

Foto: Giselle Carpi

Nas peças, as flores não são encaixadas: elas emergem do próprio corpo do vaso, como se a escultura florescesse inteira, da base à pétala. A artista explora o gesto intuitivo e orgânico da cerâmica para criar obras únicas, que parecem pulsar vida e movimento. “Essa coleção conta histórias de permanência, de memória afetiva, de beleza que não murcha. É flor que não se entrega ao tempo. É poesia em forma de cerâmica”, define Gisela.

Foto: Giselle Carpi

Assim, a Coleção Flores convida o observador a um exercício de contemplação, um olhar demorado sobre o simples e o essencial. Em um mundo acelerado, as obras de Gisela Pedroso lembram que a verdadeira beleza está naquilo que permanece, mesmo quando o tempo insiste em passar.

Sobre Gisela Pedroso

Ceramista e arquiteta há mais de 20 anos, Gisela Pedroso dedica sua trajetória à conexão entre arte, natureza e cidade. Idealizadora do Sarau Atelier-Escola, localizado no Centro Histórico de Itu, Gisela é especialista em cerâmica e pintura que unem técnica, expressão artística e olhar sensível para o belo. Sua produção e seu trabalho buscam valorizar as formas orgânicas e as cores da natureza, aproximando-as da vida urbana e estimulando novas experiências estéticas e criativas.

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