Primeiro dia do Salão Rio de Interiores debate ‘Inteligências: ancestral, artificial e colaborativa’

2ª edição vai até 8 de agosto na sede do IAB-RJ, com tema Inteligências ancestral, artificial e colaborativa

A 2ª edição do Salão Rio de Interiores começou nesta terça-feira (6), na sede do IAB-RJ, reunindo mais de 30 marcas parceiras, instituições setoriais e profissionais do segmento de arquitetura e design de interiores para troca de experiências e debates em múltiplas frentes sobre o tema ‘Inteligências: ancestral, artificial e colaborativa’.

A abertura foi conduzida por Marcela Abla, presidente do IAB – RJ e Celso Rayol, vice-presidente de Relações Internacionais da AsBEA/RJ que deram as boas-vindas e introduziram o tema, explicando o motivo da escolha para permear todas as mesas do evento. “Estamos honrados em abrir o IAB para os profissionais do segmento que mais contrata no Brasil. Falar dessas formas de inteligência é pensar no que vem para o futuro do planeta. Nosso objetivo é fomentar o debate sobre como elas se relacionam entre si, como influenciam as relações pessoais, os organismos e seus ecossistemas para pensar espaços melhores e sustentáveis”, destacou Abla.

Celso Rayol, que representou a presidente da AsBEA-RJ, Sonia Lopes, falou sobre bem-estar para a casa e de quem projeta os mais diversos tipos de ambientes de trabalho. “Atualmente, 62% dos profissionais que atuam no mercado trabalham com foco em bem-estar. Precisamos colaborar com esse profissional e debater temas urgentes, descobrir nossa essência e falar dos tipos de inteligência. Pensar no passado para projetar o futuro”.

A solenidade contou ainda com a presença de Sydnei Menezes, presidente do CAU/RJ, que destacou a parceria das entidades do Rio de Janeiro em prol da valorização dos profissionais de arquitetura e design de interiores. “Esse evento é muito emblemático porque aqui está caracterizado um apoio fundamental institucional do CAU de continuidade a uma iniciativa da última gestão, do Pablo Benetti, aqui presente. Temos a obrigação e o dever de valorizar, apoiar e incentivar a atividade da arquitetura e do urbanismo”, conclui.

Temas em debate no primeiro dia

A primeira mesa-redonda teve o tema Interiores institucionais: clínicas e hospitais, com mediação de Marcela Abla. Moema Loures, da ARTO Arquitetura, buscou desmistificar o preconceito de que um projeto de interior de hospital é rígido e chato. Segundo a arquiteta, é preciso seguir um altíssimo rigor técnico, mas por outro lado, pensar num ambiente que visa à recuperação de um paciente é um desafio repleto de oportunidades com um propósito. Nesse contexto, Rodrigo Sambaquy, da RAF Arquitetura, reitera que não é um processo simples, existem muitas regras e públicos que coexistem nessas instituições de saúde, por isso um projeto desses precisa de uma inteligência colaborativa que consiga trazer soluções que transformem os espaços em ambientes fundamentais no cuidado humano.

O segundo debate colocou os holofotes sobre a Neuroarquitetura, com mediação de Sonia Lopes e participação de Kátia Fugazza, diretora da Orion Arquitetura, especializada em ambientes de saúde, que destacou o uso da neurociência em espaços de arquitetura. “É uma aliada para maior compreensão dos impactos da arquitetura sobre o cérebro e comportamentos. Nas reações a cada espaço e no motivo pelo qual as pessoas fazem essas conexões”, comentou.

Completando a mesa, Juliana Neves, autora do livro ‘Arquitetura sensorial: a arte de projetar para todos os sentidos’, falou sobre os sistemas sensoriais sendo ativados com metodologia e propósito. Ela apresentou o case da Starbucks NY, construída para ser a ‘Wonka’ dos cafés, em comparação com ‘A Fantástica Fábrica de Chocolate’, um lugar de experiência e criado para aguçar os sentidos dos clientes da marca.

Dando sequência à tarde de conteúdo, A influência das Cores no Design levou ao palco duas apaixonadas por cores: Ana Adriano, presidente da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), e a arquiteta e apresentadora do GNT Leila Bittencourt, com mediação da jornalista Simone Raitzik. Ana abriu o debate explicando que muitas pessoas têm dificuldade em colocar cores em casa e muitas vezes acabam aplicando de forma errônea. Segundo ela, a utilização da cor pode modificar a percepção do mesmo espaço, por isso precisa ser pensada dentro de suas emoções para atuar de forma mais funcional, prática e saudável.

Já Leila, conta que seu caminhar na cor foi pela observação e que o real encantamento se deu quando conheceu o estudo realizado para as marcas de tintas definirem a cor do ano. Apresentando diversos projetos que extrapolam mistura de tons e proporção de cores, ela garante que não tem ‘o que pode ou não pode’, tudo depende da personalidade das casas e de seus moradores. A mesa trouxe ainda a questão do uso da Inteligência Artificial para testar cores em projetos e diferentes estilos de arquitetura.

A última mesa do dia, com o tema Paisagismo para o Bem-Estar Emocional, teve a participação de Isadora Riker e Bruno Amadei, da Embyá Paisagens e Ecossistemas, e de Gustavo Leivas, da Burle Marx Escritório de Paisagem, com mediação de Fernando Mungioli, Publisher da Revista PROJETO.

Bruno começou explicando que a discussão sobre paisagismo hoje não pode se desvincular do contexto atual de emergência climática e que o conceito de colaboração é fundamental nos estudos e projetos paisagísticos. Isadora complementou que não é suficiente pensar na natureza para o nosso bem-estar, é necessário pensar também na recuperação dessa flora ao mesmo tempo que das pessoas. É praticar o conceito de paisagismo ecossistêmico, que concilie as necessidades da construção humana à regeneração da natureza. Gustavo reiterou essa visão do verde associado ao bem-estar, abordando o jardim como espaço de arte e experiências. Trazendo para o público exemplos que marcaram o paisagismo em diversos momentos culturais ao redor do mundo, ele encerrou chegando no Brasil e na relação das artes plásticas de Roberto Burle Marx em seus projetos paisagísticos.

Programação do segundo dia

A programação de quarta-feira, 7 de agosto, começa às 12h30, com o Workshop Gestão para Escritórios de Interiores, ministrado por Sonia Lopes. O jornalista Sérgio Zobaran comanda a mesa Mobiliário Brasileiro, a partir das 14h, com a presença de Fernando Mendes, designer, arquiteto e marceneiro, e Andrea Fasanello, da Ricardo Fasanello Design. Design e tecnologias sustentáveis é o tema da mesa seguinte, às 15h30. Participam do debate Luiza Godoy, coordenadora da Pós-graduação em Design de Interiores Contemporâneo do Instituto Europeo de Design, e Luiza Bomeny, do Instituto Marangoni. Às 17h, acontece a mesa Colecionismo: como criar uma coleção, com mediação da jornalista Lívia Breves e participações de Fábio Szwarcwald, gestor cultural e fundador da A.ponte Cultech, e do arquiteto e colecionador Chicô Gouvêa. A mesa Marcenarias, às 19h, terá condução da arquiteta Bel Lobo e vai reunir o arquiteto e urbanista Ivo Mareines, sócio fundador do escritório Mareines Arquitetura, e o artista visual e designer Rodrigo Calixto.

Com realização da AsBEA-RJ e do IAB-RJ, o 2º Salão Rio de Interiores tem patrocínio de Casa Shopping e apoio comercial da Prosperar, apoio institucional do CAU/RJ, Ademi-RJ, Firjan-RJ, CASACOR RJ, Instituto Europeo di Design do Rio de Janeiro, do Escritório de Paisagismo Horto Girassol, da Aromatizar – Aromatização de Ambientes. A programação completa e inscrições estão disponíveis no link: https://tinyurl.com/2salaorio

Todos os dias o credenciamento será aberto ao meio-dia. As mesas, quatro por dia, acontecem às 14h, 15h30, 17h e 19h, sempre com intervalos de 20 minutos entre uma e outra. O ingresso para os três dias de evento custa R$ 30 e pode ser adquirido pelo Sympla (clique aqui). Associados AsBEA/RJ e IAB-RJ têm 50% de desconto.

2º Salão Rio de Interiores

Data: 6 a 8 de agosto 2024

Horário: das 10h às 21h

Local: IAB-RJ | Rua do Pinheiro, 10 – Flamengo

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