A última etapa de um projeto de arquitetura e design de interiores, a produção com obras de arte e objetos decorativos, não é habilidade comum, exige um olhar sensível para aquilo que deve ser mostrado como identidade de vida
O que encanta na elaboração de uma morada ou projeto comercial é o que transmite um toque de personalidade e história. Produzir espaços, a camada final de um projeto de interiores, e saber trabalhar as informações e emoções na metragem, e transmitir a alma do lugar.
Do elenco catarinense com ambientes em exposição na mostra que ocorre até 23 de julho, no The Spot One, em Balneário Camboriú, os arranjos revelam a destreza em combinar elementos, matérias-primas e pontos de apreciação, causando excessos ou não, tudo depende das mãos que organizam e equilibram os adornos.
Os designers Jairo Lopes e Doug Monteiro, do Klaxon Estúdio de Design, abusaram – no bom sentido da palavra – dos recursos para oferecer uma experiência acolhedora na Sala de Leitura, a livraria oficial desta edição.
Conhecidos também pelo primor na produção, os Juniors do Studio CASAdesign, reforçam o repertório de anos de estrada que os levaram a ocupar lugar de referência na cena da arquitetura nacional.
A Cabana 16 por DECA equilibra os tons da madeira acastanhado com a lâmina branca, que destaca a função dos espaços como cozinha e banheiro. O compilado de objetos e obras garimpados nas lojas Casas com Alma, Galeria Cosmos e Pangea, costuram uma proposta praiana chic, que poderia estar em qualquer lugar do mapa, inclusive no litoral catarinense.
“A produção é a essência do projeto antes da entrega da obra. Mesmo sendo a última etapa do projeto, ela é a principal, pois escreve, interpreta, traduz e dá sinais da sua intenção. Ela pode tanto derrubar um projeto como engrandecê-lo, nada vai adiantar se eu não tiver ciência de onde a criação partiu até chegar na produção”, comenta Moacir Schmitt.
Para não errar na mão, o designer compartilha dicas preciosas para administrar as informações. Criar os pontos focais e eleger os principais elementos do mobiliário que merecem uma produção mais detalhada. As paredes que vão receber as obras de arte, os objetos coadjuvantes para complementar a composição. “Eu encaro a produção como uma orquestra que precisa tocar no mesmo ritmo”, sintetiza o designer.