Relação com a casa e seus elementos ajuda no desenvolvimento de habilidades socioemocionais

Qual a relação entre a decoração da casa, desempenho profissional, criatividade, capacidade de relação com o outro e de gestão? Para o pesquisador e designer de interiores premiado internacionalmente Fábio Galeazzo, o modo como montamos a nossa casa influencia no desenvolvimento das habilidades socioemocionais, colaborando para melhor desempenho profissional e até mesmo a felicidade. Galeazzo é autor do livro “O designer que habita em nós”, recém-lançado pela editora Senac.  

O ponto de partida do livro é o fato de a relação entre o mundo e qualquer pessoa se iniciar a partir de uma casa – seja o útero materno ou a primeira moradia efetiva. Logo, habitar espaços que nos acolham e nos energizem de fato faz a diferença no dia a dia, melhorando a relação das pessoas consigo mesmas, com as demais e no trabalho.  

“A decoração é vista apenas como o pensar sobre a casa, mas ela vai muito além disso. Pode funcionar como um poderoso aliado na busca pelo autoconhecimento, autodesenvolvimento e criatividade. Abrir mão de seguir o que apontam as fórmulas prontas de decoração e criar espaços pensando em quem somos e como nos vemos no mundo liberta a criatividade. Ver o resultado e a beleza disso rende felicidade e maior empoderamento, o que reafirma o protagonismo de cada um e nos coloca mais seguros em todas as frentes – das relações pessoais às profissionais”, explica Fábio.   

Para o especialista, a casa e sua decoração quando têm capacidade de nutrir seus moradores fazem com que eles se conectem mais fortemente com seu propósito. “Qualquer um que vive isso sabe da distinção entre morar em um lugar que têm esse efeito ou numa casa moldada pela estética vigente, despersonalizada. O livro nasceu justamente para ajudar mais gente a conquistar esse espaço de centramento, amorosidade, aconchego e de entendimento do que somos, do que queremos e valorizamos”, explica. “A pandemia nos ajudou a entender essa relação e a ver a casa como um espelho de quem somos. Uma moradia padronizada pode significar que seguimos a vida sem nos conectarmos com nossos desejos pessoais, mas apenas respondendo a demandas dos outros.  Já uma casa que nos reflete verdadeiramente nos fortifica e ajuda a ter um olhar mais colaborativo com os demais, a querer deixar nossa marca no mundo, a gerir nossa vida de forma proativa”, complementa. 

Sobre Fabio Galeazzo  

Fabio Galeazzo é designer de interiores e pesquisador independente das interfaces de conexão entre as pessoas e os ambientes. Mestre em criatividade e inovação pela Universidade Fernando Pessoa em Portugal, tem MBA em Design Estratégico pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP) e uma pós-graduação em Psicologia Transpessoal pela Unipaz/SP. Além disso, é consultor de empresas das áreas de bem-estar, beleza e decoração e mobiliário. Inclusive, o estúdio de design de interiores e desenvolvimento de produtos que dirige foi destacado entre os 100 escritórios criativos mais importantes da América Latina pela revista Architectural Digest. Recebeu o Prix Versailles Continental, prêmio francês chancelado pela Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco) aos profissionais de design de interiores que atual em prol do desenvolvimento sustentável. Além disso, representou o Brasil na Braderie de l’Art (BDA), o maior festival de reciclagem do mundo, na França. Participou também, como palestrante convidado, na cidade de Hangzhou onde apresentou seus projetos e metodologia criativa.  

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