O gosto pelo trançado começou quando foi morar em Subaúma, lugar em que sua mãe aprendeu a fazer o artesanato de palha
Cleonice Oliveira dos Santos, tem 74 anos e desde a adolescência trança com fios de palha de piaçava. Das suas hábeis mãos de artesã são criadas cestos, bolsas, viseiras, cachepot, tapete, carteiras etc. A produção destes artefatos, começa quando um grupo de artesãs, percorrem a área de Bulcão, Pacab, Bracell e outros espaços vizinhos para colherem a matéria prima do trançado. As peças são feitas em casa e na Associação das Artesãs de Massarandupió. A produção acontece por encomenda ou alguma necessidade da loja da associação ou a critério das artesãs.
Cléo, como é mais conhecida, nasceu no Sul do Prado e com 10 meses de nascida veio para Massarandupió. Mãe de cinco filhos, tem nove netos e três bisnetos. É casada há 54 anos e durante todo este tempo de matrimônio nunca deixou de tecer a palha com o tear das suas mãos. Ela já participou de várias feira de artesanato, como Feiras do Mauá, no Jardim dos Namorados, em Salvador, Alagoinhas, Entre Rios, Rodada de Negócios e outras.
Ela Juntamente com outras 13 artesãs, Genilza, Joana, Cacilda, Rafaela, Lourdes, Deriva, Maria da Luz, Luzia, Ivone, Maiane, Clemilda, Maria Ana e Geisa, compõem o grupo de artesãs de Massaradupió. Todas elas produzem artefatos em palha de piaçava.
A artesã também gosta de dançar forró e conta que está treinando alguns passos do samba, mas o que ela gosta mesmo é de fiar em palha de piaçava. Apaixonada pelo trançado ela tece enquanto conversa ou sempre que suas mãos estão livres. “O artesanato para mim é uma riqueza”, diz Cléo, ressaltando que gosta tanto do seu trabalho que até cochilando tece na palha. Cada peça criada por ela, nos remete ao trançado dos índios tupinambás, pioneiros na arte de tecer na palha com as mãos.
O gosto pelo trançado começou quando foi morar em Subaúma, lugar em que sua mãe aprendeu a fazer o artesanato de palha, com uma senhora chamada Alzilina. Nesta época, era uma criança, se juntou a sua genitora e as outras artesãs deste lugar e fazia trança de brinquedo.
Quando se pensa em comprometimento com o seu ofício, a artesã tem um comportamento exemplar. “Cléo não mede esforços para participar das atividades da associação, se empenhando para manter a nossa sede aberta até nos dia em que não compete a ela abri-la”, diz Geisa dos Santos, presidente da Associação das Artesãs de Massarandupió, ressaltando que esta artesã, será sempre especial e que pratica o associativismo na essência.
Um dos desejo de Cléo e de todas as artesãs de Massaradupió é divulgar o artesanato em palha de piaçava. Pois, os mais jovens desta região não trabalham com esta arte e este legado artesanal corre risco de se extinguir no futuro.
A Bracell Social apoia o empreendedorismo feminino e os negócios solidários em várias comunidades e vem contribuindo para a divulgação deste artesanato.
A Lellis Consultoria, que executa projetos sociais patrocinado por esta empresa, em ação na Associação das Artesãs de Massarandupió visa a expansão do comércio solidário e a promoção de uma Cultura de Paz. Além disso, preservar a identidade cultural e a divulgação do artesanato em palha. Com estas ações pessoas que valorizam produtos artesanais terão mais oportunidades de conhecer os produtos feitos pelo tear das mãos de Cléo e de todas as artesãs de Massarandupió.