Prática permanente de produção responsável da marca carioca, a mais recente edição da linha reutiliza cores e texturas em novas e limitadas peças
O centro da Handred, marca carioca de moda do diretor criativo André Namitala, é, sem dúvidas, seu ateliê. Não à toa, iniciativas relevantes da marca seguem o ritmo que ele determina. Um grande exemplo é a linha Reconstrução, projeto que a Handred começou em 2020 com o lançamento anual de peças limitadas feitas a partir de reaproveitamento de tecidos, testes de tingimento, estampas e outras matérias-primas não utilizadas.
Por serem criadas a partir daquilo que está à mão no ateliê, as edições de Reconstrução são limitadas e não têm reposição – traduzindo a vontade de um ritmo produtivo com mais renovação e criatividade e menos descarte.
As misturas de texturas, tecidos e cores tornam essas edições limitadas ainda mais únicas. As bermudas e shorts, que aparecem em mais de oito opções, ganham vida em composições de materiais diversos, como linho, lã, veludo, algodão, linho resinado e algodão grosso tramado.
O liocel, tecido já feito de fibras renováveis, aparece em calças com acabamento em elástico nas cores off-white e rosê e nos shorts cortados em viés colorido de ocre, cáqui e off-white também. Seguindo nesta cartela, a viscose surge, fluida e maleável, em tons ocre e rosê.
São os patchworks das matérias-primas mais nobres usadas pela marca que se destacam. As sedas bicolores formam composições diferentes no processo de reaproveitamento dos tecidos. Rosê com areia, areia com rosê, areia com bege – a gola e o recorte da pala frontal das camisas vão mudando de cor nos encaixes dessa grande análise combinatória de tecidos. Que, aliás, também migra para outros tecidos, como o veludo e o algodão empapelado. Os testes com o primeiro fizeram surgir duas jaquetas de linhas estruturadas, em amarelo e preto, e o último também entra no jogo de combinação, intercalando marrom nas barras do elástico.
A nova edição de Reconstrução não tem patchworks só nos tecidos. Nas fotos de lançamento, quem veste as peças são os que fazem tudo acontecer. A equipe do ateliê da Handred foi modelo por um dia para este próximo capítulo da linha, colocando também o patchwork de habilidades, mãos e braços que tornam as criações possíveis como protagonistas.
Esses bastidores preciosos, que têm um ritmo único, foram acompanhados por Giovanna Nader, comunicadora referência em moda e sustentabilidade, que esteve no ateliê para conferir a elaboração da coleção, que chegou nesta semana às lojas da Handred. Em suas redes, Giovanna vai compartilhar essa experiência, apontando, por exemplo, a atenção dada ao reaproveitamento de materiais. Isto, aliado à criatividade, é um bom caminho para uma moda mais responsável.
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