A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) estará na Constru Nordeste 2023 que acontece de 20 a 22/09 no Centro de Convenções de Salvador (BA) com o apoio da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon) e do Sebrae.
Além do apoio e de levar informações sobre o setor da madeira na Bahia, a ABAF intermediou a vinda de duas importantes empresas que utilizam madeira na construção civil e fará a compensação ambiental do evento.
Cerca de 150 marcas expositoras estão confirmadas na feira e a expectativa dos organizadores é receber por volta de 20 mil profissionais nos três dias. “Teremos uma programação de palestras e painéis de discussão para compartilhar conhecimento, apresentar cases de sucesso no Brasil e no mundo, destacando a região como polo de desenvolvimento para todo o setor da construção”, comenta o presidente do Sinduscon, Alexandre Landim.
“Sempre nos interessam eventos que contribuam para que o setor florestal brasileiro (e baiano) se expandam e se desenvolvam sobre bases sustentáveis. Trabalhamos por mais florestas, mais empresas, mais fornecedores, mais serviços e produtos florestais. As vantagens competitivas da madeira plantada para o setor de construção civil também são de interesse da ABAF, que vem investindo na divulgação do uso múltiplo da madeira”, informa Mariana Lisbôa, presidente da Associação.
Uma das palestras do setor (21/09, às 17h) será com Alan Dias, um dos sócios-fundadores da TimBau Estruturas que vai falar sobre “Estruturas de madeira engenheirada no Brasil e no mundo”. Dias é engenheiro civil com mais de 20 anos de experiência em Estruturas de Madeira, ganhador de três prêmios Talento da Gerdau/Abece e já participou de diversas obras em madeira pelo Brasil e pelo mundo. Em sua palestra, o engenheiro vai apresentar: prédios e construções em madeira; fabricação de madeira engenheirada; madeira e sustentabilidade e madeira em situações de incêndio.
A outra indicação da ABAF, a Tecverde, terá palestra (22/09, às 19h) sobre “A construção modular e as barreiras para a industrialização”, com o diretor de operações da empresa, Felipe Basso. Ele também vai apresentar o sistema construtivo em wood frame da empresa pioneira em construção industrializada na América Latina. “Essa tecnologia permite entregar obras até quatro vezes mais rápidas que as tradicionais construções em alvenaria”, disse o diretor que é engenheiro civil com experiência em sistemas pré-fabricados (concreto, aço e madeira).
Desde abril, a Tecverde está trabalhando em parceria com o Governo de São Paulo para construir 518 moradias para os atingidos pelos deslizamentos de terra em São Sebastião. Em apenas 42 dias foram montadas 176 unidades, praticamente 1/3 do projeto. O método de construção usa placas com camadas de madeira tratada especialmente para o uso, oriundas de florestas plantadas para fins industriais, que depois são revestidas com outros materiais. As peças da estrutura vêm prontas da fábrica da empresa, localizada em Araucária (PR), já com a parte elétrica e hidráulica instalada, e apenas precisam ser encaixadas no canteiro.
“Ramos da engenharia, da construção civil, arquitetura e design mostram inúmeras aplicações da madeira industrializada num contexto que ainda é novo no Brasil e que pode vir a se tornar nicho de negócios na Bahia. É preciso conhecer e divulgar, cada vez mais, as mais novas tecnologias em madeira industrializada na construção civil”, completa Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.
A madeira consiste como um dos materiais de construção mais antigos da história humana com especulações de seu uso há mais de 10.000 anos. Em consequência das mudanças climáticas, a busca por materiais sustentáveis e de menor impacto ambiental tem aumentado, tendo a madeira um papel protagonista nesse cenário por ser, um material natural, renovável e de fácil e diversificado uso. Além disso, o uso racional da madeira nas construções proporciona melhor aproveitamento energético se comparado a outros materiais como aço ou concreto.
Carbono – A ABAF vai fazer a compensação ambiental por meio do cálculo de carbono emitido pelo evento e do plantio de mudas nativas para sequestrar a quantidade correspondente dessas emissões. “Esta é uma estratégia poderosa para preservar o meio ambiente e combater as mudanças climáticas. Ao adotar essa abordagem, empresas, governos e indivíduos demonstram um compromisso real com a sustentabilidade, contribuindo para a construção de um futuro mais equilibrado e saudável”, acrescenta Lisbôa.
O setor florestal – Segmento com a maior potencialidade de crescimento e de cooperação para a desconcentração da economia no estado, pois as operações (industriais e de plantio) estão no interior, especialmente em quatro polos (Litoral Norte, Oeste, Sudoeste e Sul e Extremo Sul da Bahia), levando mais empregos, capacitações, tecnologia, renda, impostos e contribuições sociais e ambientais de elevada significância.
Além disso, o setor de base florestal na Bahia tem alavancagem e alavanca diversos outros importantes segmentos econômicos. É forte a integração e o atendimento da demanda das seguintes cadeias produtivas que consomem madeira em seus processos: mineração, construção civil, têxtil, papel&celulose, energia, agronegócio (secagem de grãos), carvão vegetal, movelaria, pisos laminados, entre outros.
Para ampliar e consolidar este trabalho, a ABAF está trabalhando a proposta do Plano Bahia Florestal 2033, cujos objetivos são: adensamento e verticalização da cadeia produtiva de madeira; atração de novos investimentos (em ampliação ou novas fábricas); dobrar a área plantada (passar dos atuais 700 mil para 1,4 milhão de hectares); intensificação do uso múltiplo da madeira; maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira; pleno atendimento da demanda de madeira dos mais importantes segmentos da economia; contribuir para a maior descentralização da economia do estado; incentivo de investimentos agroindustriais que podem se beneficiar das novas infraestruturas implantadas em torno da Ferrovia de Integração Oeste – Leste (Fiol), da Centro-Atlântica (FCA) – esta que vai cortar a Bahia de Norte a Sul – e do novo Porto Sul.
Para isso está construindo um grupo forte e diverso para trabalhar a proposta com a Federação da Agricultura da Bahia (FAEB), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Sebrae Nacional e Bahia, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (Seplan), Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na Bahia (MAPA/BA), Desenbahia, Banco do Nordeste, entre outros.