O Parque da Cidade, no Itaigara, recebeu 130 crianças e adolescentes atendidos pelos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) de Salvador, para uma manhã de brincadeiras infantis e interação social ao ar livre nesta sexta-feira (17).
Com o objetivo de promover diversão para pacientes, seus responsáveis e as equipes profissionais dos centros, a ação Brincarte no Parque é uma iniciativa da Prefeitura, através de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). Os CAPSia atendem crianças e jovens de até 17 anos, com foco no acompanhamento de transtornos mentais graves e situações de sofrimento psíquico intenso.
A capital baiana possui o CAPSi Luís Meira Lessa, em Piatã, e o CAPS IA Liberdade, no IAPI, dedicados ao atendimento de crianças e adolescentes com questões psíquicas. Há também o CAPSi na Ribeira, que faz parte do complexo Dr. José Carlos Pitangueira, e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Maria Célia Rocha, em Escada. Os centros oferecem tratamento humanizado e especializado para transtornos mentais e dependência química, mantendo os jovens próximos de suas famílias e comunidades.
Há quatro anos, Alan de Almeida Santos, 10 anos, recebe o suporte de uma das unidades. Animado com o jogo de damas, no gramado do Parque, ele defendeu a realização de mais atividades fora do centro. “Vir brincar aqui é muito bom. É muito melhor do que ficar na televisão o dia todo ou no celular”, comentou o garoto. Seu tio, o aposentado Francisco José, 54 anos, fez questão de sair da Estrada Velha do Aeroporto, para conduzir o sobrinho na atividade lúdica. “A mãe adotiva dele é minha irmã e está trabalhando hoje. Não pensei duas vezes em trazer ele para brincar e se entreter com outras crianças. Ele se diverte, e a gente também”, disse Francisco.
Para a agente comunitária de saúde Valdice Santos, 53 anos, que acompanhou o filho Cauê dos Santos, de 8 anos, as atividades promovidas fora da estrutura do CAPsi são fundamentais para fortalecer o processo de socialização com outras crianças. “É um processo de inserção das nossas crianças na sociedade. Não podemos e nem queremos esconder nossos filhos. Hoje ele é criança, mas amanhã ele será um adulto. Nós queremos todos eles inseridos, aceitos e respeitados por todo mundo e em todos os espaços”, frisou a mãe do garoto, que é submetido ao tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) desde os 3 anos.
Atividades – Além da área verde e dos brinquedos infantis já existentes na própria estrutura do Parque da Cidade, a garotada aproveitou camas elásticas, piscina de bolinhas e mesas de totó instaladas no equipamento público. A programação do Brincarte no Parque ainda incluiu jogos de tabuleiro, música e muita interação entre a meninada.
Técnica da infância em Saúde Mental da SMS, a psicóloga Gabriella Santos aponta que a atividade extramuros é muito benéfica para os pacientes atendidos nos Centros de Atenção Psicossocial. “Pensamos nesse espaço ao ar livre para a brincadeira, mas também como lugar de cuidado e promoção de saúde mental de quem cuida. Então a proposta é um dia lúdico para as crianças e seus cuidadores, sem perder de vista o dia 10 de outubro, que é o Dia Mundial da Saúde Mental”, explicou.
