A mostra, que celebra o centenário do nascimento do escultor, gravador, desenhista e professor, Mario Cravo Jr, segue em cartaz até 12 de novembro
A exposição comemorativa Mario Cravo Jr – Legado – 100 anos foi aberta, nesta terça-feira (29), no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), localizado no Solar do Unhão, em Salvador. O lançamento da mostra contou com a presença de autoridades municipais, estaduais e federais, artistas, personalidades, amigos, admiradores e parentes do artista que marcou época com sua atuação no movimento modernista das artes na Bahia como escultor, gravador, desenhista e professor. A mostra segue em cartaz até 12 de novembro e tem entrada gratuita.
“É um privilégio termos agora esse acervo de 600 obras de Mario Cravo Jr. no Museu de Arte Moderna da Bahia, recolocando esse artista com esse legado para a arte moderna na Bahia no mesmo museu onde ele foi o segundo diretor”, enfatizou Luciana Mandelli, diretora Geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), órgão que congrega os museus estaduais.
A diretora do Ipac explicou ainda que esse acervo que foi doado ao Estado, e, desde 1994 e estava no Parque de Pituaçu, finalmente passa para a salvaguarda do MAM, equipamento especializado na Arte Moderna. “Com essa exposição mostramos a arte bidimensional de Mario que a maior parte do público não conhece, de uma fase de produção dos anos 1980 até meados dos anos 1990, homenageando os 100 anos de nascimento desse artista baiano”, completou.
“Para a equipe do museu é uma honra receber, conservar e restaurar esse acervo de um dos expoentes do modernismo baiano”, garantiu a diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia, Marília Gil. Duas esculturas de Mario Cravo Jr. que estiveram na antiga sede dos Correios, na Pituba, também devem vir para áreas externas do MAM. “Isso acontecerá em um segundo momento quando abriremos o segundo piso do Casarão com outras obras de Mario Cravo”, detalhou Marília. O MAM funciona de terça-feira a domingo, de 10h às 18h.
Um dos filhos de Mario Cravo Jr., Otávio Cravo, também comemorou a iniciativa. “O recorte dessa exposição mostra uma pequena vertente pouco conhecida do grande público de um artista que produziu por mais de 60 anos em 95 anos de vida justamente nos 100 anos de nascimento do meu pai”, concluiu Otávio.
Segundo o curador da mostra, Daniel Rangel, a maior parte das obras expostas são pinturas sobre folhas de madeira e algumas sobre telas, além de poucas esculturas em resina, metal e madeira. “É proposital fazermos na sequência uma mostra como UANGA, de J. Cunha e agora o legado do modernista Mario Cravo, artistas com obras diametralmente opostas. J. Cunha foi o popular, o assunto, o tema, os detalhes. Enquanto essa de Mario Cravo é o desenho e os traços, o formalismo e a cor”, relata o curador. Daniel Rangel lembra ainda que Mario Cravo Jr. foi o primeiro artista baiano que a arquiteta e criadora do MAM, Lina Bo Bardi, manteve contato e colaborações mútuas.