Madeira, aço ou concreto: UFBA e ABAF discutem como construir de forma mais sustentável

Seminário “A madeira em construções industrializadas” acontece em 15 de junho, das 8h às 18h, na Escola Politécnica da UFBA

Divulgação / Comunicação ABAF
Wilson Andrade. Foto: Heckel Junior

“Se o século VXII foi caracterizado por trabalhos com pedras, o século XVIII pelo refinamento da alvenaria, o XIX como o auge da estrutura metálica e o XX como a era do concreto, isso deixa o século XXI aberto para o próximo sucessor. Minha aposta é a madeira”. A declaração do professor Alex de Rijke, do Royal College of Arts (Londres, Reino Unido) mostra o interesse da academia pelo uso da madeira em construções civis, a exemplo da UFBA que promove o seminário “A madeira em construções industrializadas”, em 15 de junho, das 8h às 18h, na Escola Politécnica da UFBA (Auditório Leopoldo Amaral, 6º andar).

Na ocasião, o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, vai compartilhar dados sobre o setor de florestas plantadas na Bahia e no Brasil, além de mostrar as vantagens competitivas da madeira plantada também para o setor de construção civil.

De acordo com o Prof. Dr. Sandro Fábio César (Coordenador do Laboratório de Madeiras da Escola Politécnica da UFBA), o seminário traz representantes de diversos setores relacionados à indústria da madeira como iniciativa para disseminar as mais novas tecnologias em madeira industrializada na construção civil, entre elas a madeira laminada colada e a madeira laminada cruzada. “O objetivo é sensibilizar e conscientizar profissionais e estudantes quanto ao emprego da madeira em construções de menor impacto ambiental, utilizando técnicas racionalizadas de projeto e de execução, e desenvolvendo edifícios de médio e grande porte com a mesma solidez e segurança de outros construídos com técnicas tradicionais em concreto e aço”, explica.

O espaço do seminário também é aberto para discussões sobre os temas apresentados através de mesas redondas ao final das palestras. O evento abrange um público que vai desde estudantes de graduação e pós-graduação até profissionais liberais dos ramos da engenharia e da construção civil, arquitetura e design e visa apresentar inúmeras aplicações da madeira industrializada num contexto que ainda é novo no Brasil e que pode vir a se tornar nicho de negócios no Estado da Bahia.

O evento está sob a coordenação do Prof. Dr. Sandro Fábio César e da Prof.ª Dra. Rita Dione Araújo Cunha (Faculdade de Arquitetura da UFBA), além de contar como mediador nas mesas redondas o Prof. Phd Asher Kiperstok do Programa de Pós-graduação em Engenharia Industrial da Escola Politécnica da UFBA. Os palestrantes são: Luciano Aguiar (Diretor Comercial da Ita Construtora Lta), das 08h10 às 09h30; Thiago Samora (Gerente da Henkel Ltda), das 09h30 às 10h30; Wilson Andrade (Diretor Executivo da ABAF), das 10h30 às 11h30; José Alberto Gonçalves (Diretor da Crosslam – Cg Sistemas Construtivos Ltda), das 14h às 15h30; Christian Lugarini (Gerente da Rothoblaas), das 15h30 às 16h30.

Madeira plantada – A participação da ABAF se dá por alguns fatores, além da associação representar o setor de base florestal na Bahia. Para o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade, a academia tem muito a oferecer para melhorar as vantagens competitivas do setor. “Precisamos trabalhar para que o mercado atenda as demandas locais por madeira. Temos, aqui na Bahia, ótimas iniciativas no setor de celulose e papel, por exemplo, mas o mercado tem que se desenvolver de forma mais ampla. Precisamos produzir madeira para a construção civil e, por outro lado, mostrar para este segmento que madeira plantada é um ótimo material e pode ser até mais competitivo que os demais”, informou.

Ele reforçou que este trabalho já vem sendo desenvolvido, através do Programa Mais Árvores Bahia, pela ABAF em parceria com uma série de entidades ligadas à agricultura, indústria e à qualificação de mão de obra. “O programa tem o objetivo de incentivar a inclusão de pequenos e médios produtores no plantio, manejo e processamento da madeira de florestas comerciais para usos múltiplos. O programa trabalha, ao mesmo tempo, com três vértices: produtores de madeira; compradores e processadores de madeira; e consumidores finais (através das revendas de madeira, indústrias de móveis e construção civil). Com isso, visa atender também a demanda por móveis, peças e partes de madeira para construção civil na Bahia – hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros”, explicou.

Juntamente com a UFBA (e outras instituições de ensino) a ABAF coordena o Grupo de Trabalho (GT) Pesquisa em Madeira do “Programa Mais Árvores Bahia” que busca definir e trabalhar algumas ações prioritárias para otimizar a parceria entre a academia e as empresas do setor de base florestal. “Pretendemos que os alunos tenham uma visão mais ampla e positiva do uso da madeira plantada na Construção Civil e na Arquitetura. As empresas e a universidade podem trabalhar juntas em pesquisas que vão atender as demandas dos alunos, mas também do mercado”, informa o professor Sandro César. Além do professor, o grupo é formado por outros docentes da UFBA, graduandos, mestrandos e doutorandos da UFBA, professor representante da Católica e Estácio, Sebrae Bahia, Sindifibras, Moveba e empresas do setor de madeira.

Fonte: Comunicação ABAF

Leia também

Em destaque