A construção de ferrovias deve fomentar o desenvolvimento econômico e social, além de expandir a capacidade de transporte da malha ferroviária nacional
por Louise Farias
Até 2019, a Bahia deve ser cortada por três novas ferrovias. Serão 1.643 quilômetros de malha ferroviária só no Estado, com um investimento previsto de R$ 11 bilhões. As ferrovias, que serão operadas em regime de concessão, por uma empresa privada a ser de_ nida através de processo licitatório, serão destinadas ao transporte de cargas, atendendo prioritariamente à indústria da mineração.
Três linhas ferroviárias devem passar por Feira de Santana:
FEIRA DE SANTANA (BA) – JUAZEIRO (BA) – PETROLINA (PE)
FERROVIA TRANSNORDESTINA
Permitirá o escoamento da produção proveniente da agricultura irrigada na região, pelos portos de Suape, Pecém e Aratu. A ferrovia irá ligar Feira de Santana à Juazeiro, Petrolina e Parnamirim, onde está sendo construída a Ferrovia Transnordestina. A ligação contemplará 178 quilômetros entre Parnamirim e Petrolina (PE), a transposição do Rio São Francisco, entre Petrolina e Juazeiro, além dos 400 quilômetros de ferrovia que ligam Juazeiro a Feira de Santana.
FEIRA DE SANTANA (BA) – IPOJUCA (PE)
A ligação ferroviária tem início em Feira de Santana e contará com 893 quilômetros de extensão. A linha férrea vai cruzar 37 municípios dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, onde faz conexão com a ferrovia Nova Transnordestina, na cidade de Ipojuca.
FEIRA DE SANTANA (BA) – BELO HORIZONTE (MG)
A ferrovia terá 1.419 quilômetros de extensão. O percurso vai passar por 27 municípios de Minas Gerais e 25 da Bahia, entre eles: Sebastião Laranjeiras, Urandi, Pindaí, Candiba, Guanambi, Manoel Vitorino, Barra da Estiva, Iramaia, Maracás, Marcionílio Souza, Iaçu, Boa Vista do Tupim, Itatim, Santa Teresinha, Castro Alves, Rafael Jambeiro, Ipecaetá, Antônio Cardoso, Feira de Santana, Anguera, Conceição do Jacuípe, Santo Amaro, Amélia Rodrigues, São Sebastião do Passé e Candeias. No trecho baiano, entre os municípios de Guanambi e Manoel Vitorino, a ferrovia vai compartilhar 200 quilômetros da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, em construção pela VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.
O projeto integra o Programa de Investimentos em Logística (PIL), criado no ano de 2012, pelo Governo Federal, com o objetivo de ampliar as infraestruturas ferroviária, hidroviária, portuária e aeroportuária do país. A construção de ferrovias deve fomentar o desenvolvimento econômico e social, além de expandir a capacidade de transporte da malha ferroviária nacional, reduzindo, assim, o valor dos fretes.
De acordo com Carlos Brito, secretário municipal de Planejamento, com a implantação das linhas férreas, a região irá ganhar mais empregos e incentivo ao desenvolvimento industrial e produtivo. “Feira de Santana irá se consolidar como um dos entrepostos ferroviários e vetores logísticos mais importantes do país. Vamos retomar um modal de transporte que foi extinto há cerca de 45 anos. Com isso, será possível atrair investidores, novos negócios e avanços para a nossa terra”, observa.
Matéria publicada na versão impressa da revista Sacada