Desenvolvimento e transformações da Avenida Getúlio Vargas acompanham o crescimento de Feira

Ao observar o seu dinamismo apresentado atualmente, pode-se pensar o futuro com perspectivas favoráveis ao crescimento, não somente desta avenida, mas também da cidade como um todo 

Foto: Juan Andrade

por Silma Araújo

A Avenida Getúlio Vargas desde a sua concepção, na década de 60, já demostrava ter potencial em ser uma das principais vias de Feira de Santana, determinante na configuração central da cidade. Três períodos históricos foram importantes como marco em seu desenvolvimento e expansão.

Primeiro, quando ela foi construída, por volta da década de 60, com ponto inicial na prefeitura municipal até onde hoje é o hospital Emec, existiam somente casas residenciais para a chamada classe abastada de Feira. A partir dos anos 70, a Avenida Senhor dos Passos se desenvolve potencialmente como centro comercial e as famílias que ali moravam migraram para a Avenida Getúlio Vargas, criando o bairro Santa Mônica. E hoje vê-se que desde o seu ponto inicial, na Avenida Senhor dos Passos até a Avenida Froes da Mota, a atividade comercial e de serviços se destaca diante dos locais residenciais.

Todas essas mudanças vividas por esta avenida contam também a história do desenvolvimento de Feira de Santana, pois foi ao longo dela que a expansão das atividades e negócios foi registrada. Ao observar o seu dinamismo apresentado atualmente, pode-se pensar o futuro com perspectivas favoráveis ao crescimento, não somente desta avenida, mas também da cidade como um todo.

O arquiteto George Carvalho faz considerações importantes sobre a Avenida Getúlio Vargas, mostrando que, na perspectiva arquitetônica, o seu desenvolvimento tem transformado o cenário estrutural. “Esta avenida tem sido uma vitrine e também cartão postal da cidade. Ela vem sendo constantemente modificada e renovada. O que se tem visto, em relação às construções, são casas residenciais que se tornam pontos comerciais, de serviços, restaurantes, entretenimento e escritórios”, demonstra.

George enfatiza que a adaptação com reformas é sempre a primeira opção considerada, quando se trata de uma residência projetada por profissionais de arquitetura. “Certas casas são referências por serem desenhadas por grandes nomes da cidade, considerando isso, serão reformadas e adaptadas ao máximo possível em virtude da preservação desse referencial, visto o seu valor arquitetônico”, ressalta.

Segundo ele, há a tendência de crescimento da cidade em outros pontos da avenida que irá alavancar ainda mais a dinâmica da Getúlio Vargas, impulsionando a transferência de atividades que hoje estão no centro da cidade. “A valorização, devido ao seu potencial de desenvolvimento, demonstra que há muito a ser explorado. A tendência é se formar o novo centro, visto que o atual está denso, com fluxo de trânsito intenso e sem locais para estacionamento”, projeta.

Seguindo a mesma perspectiva progressista, o arquiteto destaca que a Getúlio Vargas está em pleno processo de verticalização, acompanhando uma tendência verificada na cidade como um todo.

Como demonstração do crescimento da avenida, George destaca empreendimentos que o seu escritório já realizou e os que estão em fase de execução, como a construção da nova sede da Mirante Imobiliária, o projeto do home center da Zig, da loja Norflex, além do Shopping das Frutas.

José Tadeu da Silva, sócio da Atual Imobiliária, também se posiciona sobre a transformação da avenida em um grande vetor comercial e de serviço, explicando um dos motivos que normalmente influenciam em sua valorização, principalmente em cidades em desenvolvimento como Feira de Santana. “As grandes avenidas realmente perdem o poder residencial por conta do fluxo. No caso de Feira, como não há mais possibilidades de crescimento da cidade no centro, as avenidas tornam-se a alternativa, e ganham um valor comercial muito alto”, analisa.

Quanto ao tipo de segmento que preferencialmente deva ser explorado em endereços como a Getúlio Vargas, Tadeu explica que o comércio de avenida é diferente. “Muitas pessoas questionam o motivo do fechamento das lojas, provocando uma grande rotatividade. O que acontece é que nem todo tipo de produto é ideal para se comercializar em uma avenida”, posiciona.

Para ele, a questão não é o movimento de pessoas ou o público, mas sim o que se pode funcionar em uma avenida. “O mais indicado é lojas que possuam showroom, farmácias, lanchonetes. Na verdade, o tipo de comércio não é o de varejo. Toda cidade que está em fase de crescimento, as avenidas acabam sendo as grandes vitrines das empresas. Elas sempre vão ter muito poder comercial, portanto a questão é verificar o tipo de atividade”, complementa.

Por fim, Tadeu faz referência aos preços de venda atualmente praticados na avenida. “Do centro, a partir da Senhor dos Passos até a Maria Quitéria, registramos valores que variam de sete a dez mil reais o metro quadrado. Entre a Maria Quitéria e a João Durval são encontrados preços em torno de 7 mil reais. A partir daí, entre a João Durval e o anel de contorno, verificamos números por volta de R$ 6 mil e os locais mais próximos ao viaduto a partir de R$ 5 mil”, relaciona.

Matéria publicada na versão impressa da revista Sacada.

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