Prefeito José Ronaldo fala sobre o crescimento de Feira de Santana

Entrevista exclusiva publicada na edição impressa da revista Sacada. 

Prefeito José Ronaldo / Crédito: ACM

por Silvana Ferraz

Ao longo dos 180 anos de existência, Feira de Santana foi crescendo e se transformando numa grande metrópole. As ruas não são mais as mesmas; o comércio se fortaleceu; a sua localização geográfica atrai novas indústrias; o número de visitantes que se instalam na cidade dobrou. Tudo mudou. E para mostrar o quanto a Princesa do Sertão vem se desenvolvendo, a Revista Sacada entrevistou o prefeito da cidade, José Ronaldo de Carvalho, que traz informações sobre projetos que já foram ou ainda serão implantados na cidade. Confira!

Sacada– Como o Senhor avalia o crescimento da cidade ao longo destes anos?

José Ronaldo – O desenvolvimento de Feira de Santana é algo extraordinário. Temos crescimento no comércio, com a chegada de grandes redes nacionais; na indústria, com o nosso parque fabril conquistando novas empresas; no segmento imobiliário, através de inúmeros empreendimentos; na educação, principalmente com as faculdades privadas. De fato, a cidade está em franco desenvolvimento e isso, obviamente, não é proporcionado apenas pelo poder público. A participação da sociedade é importante para este crescimento, em todas as esferas.

S– Como avalia o crescimento do setor imobiliário da cidade?

J.R– Esse é um dos vetores de desenvolvimento da nossa cidade. Algo positivo sob todos os aspectos. Gera emprego e renda, proporciona melhores condições de moradia para a população e dinamiza a construção civil, além de atrair investimentos para a cidade. O Programa Minha Casa, Minha Vida é uma das molas propulsoras do crescimento do setor imobiliário em Feira de Santana. É importante tanto para o social, possibilitando que as famílias de baixa renda tenham a sua casa própria, quanto para a economia, pois gera emprego e renda.

S – Qual o papel do Município no Programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida?

J.R– O Governo Municipal é o maior parceiro do Governo Federal na execução deste programa. Além de executar todo o processo de inscrição e seleção das famílias contempladas, é responsável pela infraestrutura nos arredores desses conjuntos habitacionais. Atualmente, nossa administração está focada na infraestrutura para as milhares de famílias que mudaram de endereço, deixando os bairros onde viviam para morar nos condomínios do Minha Casa, Minha Vida. O Governo Municipal está implementando – nas regiões que contam com o programa – escolas, postos de saúde, pavimentações de vias, linhas de transporte urbano, entre outras ações.

S– Sabemos que a prefeitura lançou o projeto Pacto da Feira, que contemplará obras de impacto na infraestrutura de ruas, praças e calçadões do Centro Comercial da cidade. Quando surgiu a ideia de se criar o projeto?

J.R– O projeto surgiu quando começamos o governo. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Júnior, é o principal articulador, mas todas as demais secretarias estão envolvidas no trabalho. Faz parte do nosso programa de governo, que inclui a revitalização e organização do centro comercial. Estamos com um centro desorganizado, em que todos perdem: vendedores ambulantes, comerciantes lojistas e consumidores. O principal objetivo é arrumar todo esse conglomerado. Organizar o comércio é uma prioridade da nossa administração, o que será feito com muito diálogo e entendimento. E este diálogo está sendo estabelecido com entidades como a CDL, Associação Comercial, Sindicato do Comércio, a Associação dos Camelôs e vendedores ambulantes, parceiros deste programa de governo e maiores interessados, com quem estamos discutindo exaustivamente cada medida a ser implantada. Mas outras organizações também são convidadas a participar e a acompanhar o que estamos realizando. Todas as entidades representativas têm o mesmo papel: debater, discutir, dialogar cada ação que venha a ser executada no projeto de reorganização do centro comercial. Queremos democratizar ao máximo essas medidas. O objetivo é atingir o consenso, o entendimento entre todas as partes envolvidas.

S– Outra ação que faz parte do Pacto da Feira é a Zona Azul, projeto que visa disciplinar o estacionamento de veículos, carga e descarga de mercadorias. Como está o andamento deste projeto? O que já foi feito? Quanto tempo para ser implantado?

J.R– O projeto da Zona Azul não é algo tão simples quanto parece. Publicamos recentemente a regulamentação da lei que criou a Zona Azul. No passado, a Justiça impediu o Município de realizar o processo licitatório alegando irregularidades no edital. Estamos nos cercando de todos os cuidados para que tudo esteja de acordo com a legislação e não se interrompa o processo devido a mandados judiciais. Mas sabemos da complexidade. Esperamos que em 2014 tenhamos a Zona Azul implantada e funcionando em Feira de Santana. É um antigo pleito do comércio, toda grande cidade tem Zona Azul para disciplinar o estacionamento de veículos e vamos implantá-la.

S– Outra ação proposta pelo Pacto é a construção de um shopping a céu aberto na Rua Sales Barbosa, baseado no projeto desenvolvido numa parceria entre CDL, Associação Comercial e Sindicato dos Camelôs. O que está sendo feito para implantação do projeto? Para onde serão relocadas as barracas da Sales Barbosa quando a obra começar? Está se pensando numa estratégia para a entrada do corpo de bombeiros neste local em caso de incêndio?

J. R– Recebemos há pouco tempo um projeto para organizar aquele setor do centro comercial. Este é um passo importante. Uma vez preparado o projeto, estamos agora em uma fase de análise por parte dos técnicos do Município, Secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Econômico principalmente. Teremos levantamento de custos. Uma vez aprovado este projeto pelo Governo, vamos buscar o entendimento junto as partes envolvidas, os comerciantes lojistas e ambulantes. Depois, partiremos para a captação de recursos, pois deverá envolver muito dinheiro na solução deste problema. Está se pensando sim numa estratégia para que o Corpo de Bombeiros possa ter acesso fácil ao local e em caso de emergência possa atuar. Passo a passo, vamos chegar lá. É prioridade desta administração. O Pacto da Feira é um programa com ações previstas para médio e longo prazo. Algumas medidas já estão sendo implementadas. Barracas que ocupam espaços públicos, por exemplo, estão tendo uma rigorosa fiscalização pelo Governo. A avenida Olímpio Vital, fruto de parceria com os floristas daquela área, ganhou um belo jardim, humanizando um trecho do centro comercial de grande movimento. Mas há muito mais a ser feito. Cada coisa em seu tempo certo. Acredito que teremos boas notícias durante todo o período desta administração. Não é algo que se resolva em curto espaço.

S – O senhor anunciou a aprovação do projeto Bus Rapid Transit (BRT). Como vai funcionar o projeto? Qual o objetivo? Quanto tempo levará para sua implantação?

J.R -O projeto do BRT está evoluindo muito rapidamente, diga- se de passagem. É preciso que se tenha consciência de que se trata de um projeto de quase R$ 100 milhões, o maior investimento da história do interior da Bahia em transporte de massa. O primeiro passo foi habilitar o Governo a buscar financiamento para o projeto. Tivemos que apresentar um Município saneado e em condições de contrair um empréstimo de elevada soma. A Prefeitura se encontrava inadimplente com a União e tivemos que legalizar a situação. Depois, a aprovação por parte da Caixa Econômica Federal da operação financeira, para viabilizar o investimento. A Caixa aprovou em tempo recorde. Mais recentemente, contratamos a empresa de nível nacional para a elaboração do projeto executivo da implantação do BRT. Estamos agora aguardando a finalização dos trabalhos, para que possamos partir para o início da obra. Então, estamos avançados em um cronograma que é complicadíssimo. O objetivo da implantação do BRT em Feira de Santana é causar uma revolução no sistema de transporte urbano da cidade. Teremos um serviço de muito mais qualidade, percursos feitos em menos tempo, sem atrasos. O BRT funcionará nos moldes de Curitiba, no Brasil, ou Bogotá, na Colômbia. É um padrão internacional de qualidade. Pistas exclusivas, sistemas de informação precisos, veículos novos e confortáveis, viagens muito mais rápidas, segurança no embarque e desembarque de passageiros, com portas semelhantes às do metrô. É algo muito diferente do que temos hoje. O usuário de ônibus vai sentir uma profunda mudança no seu dia a dia. Este projeto será executado nos próximos três anos. Na verdade, ele está em curso desde o primeiro semestre de 2013. A pretensão é que o serviço esteja sendo prestado ainda no atual governo.

S– O que tem programado para os próximos anos?

J.R – Regularizamos a Prefeitura perante a União, já que estávamos inadimplentes e sem as certidões necessárias para firmar convênios e receber recursos. Foi um grande desafio, mas temos feito muito mais que isto. Iniciamos a construção de 15 escolas de uma só vez; estaremos licitando agora 15 unidades de saúde; estamos construindo três grandes praças; contratamos a empresa que fará o projeto executivo do BRT, lançamos um pacote de obras de cerca de 90 milhões de reais. É muita coisa para menos de 12 meses. Nos próximos anos, com certeza, teremos muito mais novidades. Mas é cedo ainda para anunciar. Além de todos estes investimentos, estamos trabalhando com o objetivo de apresentar muito mais investimentos para o povo de Feira de Santana nos próximos anos. 

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