Para o nicho e além: Rolling consegue expandir vendas e base de consumidores a partir de suas origens no pole dance

Fundada em 2017, a marca foi de etiqueta de acessórios de pole dance a marca de moda entendendo seu público, agregando novos produtos e destacando os elementos de seu nicho que geram identificação mais ampla para reforçar seu DNA
Foto: divulgação

Não é incomum encontrar, em segmentos variados de mercado, marcas surgidas em e voltadas para nichos específicos que conseguem furar a bolha e levar o seu universo para um público mais amplo – mas sempre deixando muito claras as origens nas práticas que inspiraram sua fundação. Isso, aliás, é um dos fatores que expande o alcance de etiquetas segmentadas.

Elementos que fazem parte do universo da empresa e que tem apelo aspiracional e de identificação ganham destaque no reforço do DNA de marca e, assim, ele passa a transmitir um estilo de vida que não-adeptos também desejam. Marcas de artigos e roupas esportivas e de bebidas, alguns dos setores em que esse movimento é muito presente, cresceram consideravelmente dessa forma. E esse é o propósito da Rolling, marca que surgiu no universo do pole dance e abraçou a moda com ousadia, humor, criatividade e o olhar para liberdade dos diferentes corpos, características vindas da prática.

A Rolling surgiu em 2017, para atender a demanda por artigos para a prática de pole dance, fundada por Evilásio Miranda e Raquel Peréa, que vivem intensamente esse universo. Conhecendo as necessidades desse público, logo viraram referência no meio e isso trouxe mais interessados. No mesmo ano, iniciaram a operação de e-commerce da marca, expandindo o público primário e ganhando alcance também fora dele.

Em 2018, incrementaram o mix de produtos com os harnesses, acessórios elásticos que destacam partes do corpo e, em 2020, com peças de roupa. Nisso, a marca reforçava sua identidade a partir do pole dance com um público cada vez mais amplo – e, para transformar isso em oportunidade de crescimento, Evilásio e Raquel se dedicaram a entendê-lo e traduzir os insights em coleções e produtos criativos, de qualidade e, sobretudo, assertivos.

“Ao longo desses anos, temos aprendido o que nosso cliente quer, o que ele não quer e o que provavelmente quererá, e isso tem nos ajudado a produzir aquilo que vai vender, mas sempre deixando espaço para inovar”, diz Evilásio. Um exemplo são as meias criadas pela Rolling, únicas não só pelo estilo mas pela grade de tamanhos pensada para os diferentes biotipos. Acima do joelho, elas têm o tamanho definido pela circunferência das coxas, o que também aumenta a chance de uma peça vendida online vestir bem quem compra.

A marca foi pioneira nessa abordagem, que a fez romper a barreira do pole dance e conquistar quem é adepto do acessório em seu estilo pessoal. Além de uma inovação de produto, foi um passo em direção ao objetivo da marca, sobretudo no mercado brasileiro, de se tornar reconhecida e desejada para além das raízes de sua origem.

Para isso, a marca busca trabalhar sua relevância na moda e no pole dance em paralelo, com os dois pólos se retroalimentando. Essa dinâmica, aliás, define o dia-a-dia da Rolling: Evilásio trabalhou com moda, tanto em projetos de internacionalização quanto em pesquisa de tendências, e Raquel é praticante da modalidade há mais de dez anos e foi uma das fundadoras do maior estúdio da prática no Brasil. As visões dos dois se juntam para trazer novidades com os pés no chão e levar os elementos inspiradores do universo do pole dance, como diversidade, ousadia e liberdade, de forma criativa para o consumidor através da identidade da marca, para que ela se torne sinônimo deste encontro singular. Pelo visto, esse direcional funcionou, já que no primeiro ano oferecendo roupas a marca teve um crescimento global de 246% e, considerando apenas o mercado nacional, esse índice é de 282%.

A Rolling mantém seus índices de crescimento todos positivos desde a sua fundação, inclusive no período crítico de pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021. Além da expansão no varejo online brasileiro, o aprofundamento da presença no mercado global também é um dos esforços que a marca investe e busca aprimorar. As exportações começaram em 2018 e tem como maior público o nicho de pole dance de países do hemisfério Norte, com a mesma produção que é comercializada no Brasil.

“Como temos raízes profundas em uma atividade bastante específica, um nicho, é mais fácil abrir mercados, porque se trata de uma comunidade onde a informação circula muito rapidamente, então, quando abordamos um potencial novo cliente, ele já sabe quem nós somos”, diz Evilásio sobre a atuação da marca no exterior.

Para seguir atendendo essa demanda, a marca lida com alguns desafios para o futuro. A expansão de sua capacidade produtiva é um deles. Não apenas para atender os mercados nacional e internacional, mas para aperfeiçoar o timing de novos lançamentos e adaptar-se às diferentes sazonalidades dos mercados. Paralelamente, é primordial para os fundadores o aprofundamento de práticas ambientalmente responsáveis de produção, outro projeto de futuro da Rolling.

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