Trabalho no paraíso

Cinco empresários contam as delícias de morar e trabalhar com os pés nas areias de Praia do Forte

Dan Freeman / Heloisa Medeiros / Carla Costa Lima / Santos Fotografia / Arquivo pessoal Dan Freeman / Arquivo pessoal Alexandre Leal

 É possível ter negócios bem-sucedidos e não ceder às amarras de escritórios gélidos e trajes sociais. Em Praia do Forte, o estilo de vida de empresários incorporou o clima tropical e dispensa formalidades. É comum encontrar donos de negócios locais com roupas leves e informais ou até surfando nas ondas desse paraíso baiano. Luciano Mandelli, Victor Costa Lima, João Eça, Dan Freeman e Alexandre Leal escolheram Praia do Forte para gerir seus negócios e se deixaram levar pelo espírito do povoado. Conheça um pouco da história de cada um desses empresários e como eles firmaram os pés nas areias mais disputadas do Litoral Norte.

Luciano Mandelli

Localização estratégica

Morar em Praia do Forte é mais do que uma alternativa de lazer e calmaria, é uma vantagem competitiva de mercado para o empresário Luciano Mandelli, da Tidelli. É da casa localizada no destino que há três anos, Mandelli coordena todas as operações de uma das maiores fábricas de produtos de decoração para ambientes externos do país. “Eu vou para a fábrica em Salvador apenas três dias na semana, me abasteço de todas as informações possíveis, depois, volto para Praia do Forte, abro o vidro do carro, pego minha bicicleta, faço uma seção de pilates, uma sauna, respiro com mais calma, e no outro dia, acordo novo e trabalho do meu escritório. Assim eu consigo absorver tudo aquilo que eu vi durante os dois dias. A produção da Tidelli aumentou e melhorou muito desde que me mudei para cá”, aponta o empresário nascido em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

A marca possui 30 lojas no Brasil, quatro nos Estados Unidos, sendo 12 delas exclusivas. Só na fábrica, são 350 funcionários empregados pela empresa. “Estar em Praia do Forte significa trazer a Tidelli para o ambiente externo, de verdade, e não para um ambiente pasteurizado de cidade”, comenta.

A esposa de Mandelli, Laura e os filhos do casal, Marina e Marco, compartilham da residência em Praia do Forte. As crianças, inclusive, estudam em uma escola bilíngue localizada no destino. No condomínio fechado onde vivem, é possível andar de bicicleta e viver uma infância livre e com segurança. “Praia do Forte é um sucesso em turismo de família e no segmento residencial. Tem um afastamento ideal de Salvador para ser um destino de folga sem estar colada na civilização e oferece o kit básico de serviços para morar”, opina.

Victor Costa Lima

O mar como inspiração

O potencial de negócios em Praia do Forte foi o que abriu os olhos do soteropolitano Victor Costa Lima para concentrar as operações da desenvolvedora de imóveis CasaTorre Engenharia no destino. Com portfólio de mais de 30 projetos em quatro anos de atuação no local, a empresa se especializou em obras de casas de praia para a alta renda. Assim ultrapassou o auge da crise imobiliária, em 2015, minimizando seus efeitos negativos. E, na contramão dos acontecimentos, a empresa só cresceu.
Victor acredita que o sucesso do seu negócio está nas maravilhas oferecidas pelo local. “Praia do Forte reúne beleza natural impactante, uma vila de praia conceituada entre as melhores do Brasil, além de segurança e larga estrutura de serviços. Todos estes pontos estão atraindo cada vez mais pessoas e expressivo desenvolvimento imobiliário”, diz. Além da sua construtora, Victor desenvolveu uma sociedade com a Oca Brasil, empresa especializada em revestimentos e arquitetura em madeira.

O empresário, que usa sua bicicleta para se locomover diariamente, ainda oferece o programa CasaTorre Renova, que promove gestão de aluguel, cuidados e manutenção do imóvel no pós-entrega.

Para o primeiro semestre de 2019, o Victor adianta o lançamento do CasaTorre Mais, uma série de produtos que trarão charme e funcionalidade para as casas.

O pé na areia e a possibilidade de trabalhar vendo o mar todos os dias, além do grande potencial de negócios, foram os atrativos que incentivaram a mudança do engenheiro de Salvador para Praia do Forte. Entre um horário livre e outro, Victor aproveita para surfar na praia do Lord ou mergulhar próximo ao Iberostar. “Qualquer pessoa quer morar num paraíso como esse, mas poucas têm coragem de tornar isso uma realidade. Desde que tomei esta decisão, só tenho a agradecer!”, conclui.

João Eça

O reencontro de Portugal com a Bahia

Nascido em Lisboa, o gestor João Eça estudou Hotelaria em Glion, na Suíça, e tem no currículo passagens pelos hotéis Penta Lisboa, Le Meridien Lisboa, além de duas décadas atuando no grupo português Prainha. No Brasil, João assume, desde 2010, a direção geral do Tivoli e, há dois anos, a direção para o Nordeste do Grupo Minor Hotels, dono da marca Tivoli.

A vinda do português foi estratégica para o grupo iniciar a construção de um condomínio de 42 casas e tocar um projeto de reestruturação e expansão do Tivoli para todo o Brasil. “Vendemos 38 casas e quatro são alugadas. Para estas, oferecemos serviço completo e personalizado, camareira, café-da-manhã, jantar e acesso à infraestrutura do hotel”, conta. O crescimento do hotel é um dos objetivos do grupo tailandês Minor, que comprou o Tivoli em 2015. Para 2019, dois hotéis com a assinatura do grupo devem ser lançados: um Anantara e uma unidade do Oak’s, este último em Feira de Santana, interior da Bahia. “Além disso, temos projetos em desenvolvimento em Recife, Fortaleza, Curitiba e Belo Horizonte”, diz.

Apesar do número crescente de estados que receberão a marca, João não pretende sair de Praia do Forte, onde mora há quase uma década. “Trabalhei toda a minha vida em resorts de sol e praia e isso facilitou a minha integração na Bahia, o povo baiano é muito caloroso e ajudou muito na minha adaptação”.

A rotina de quase 13 horas diárias de trabalho não afasta João do convívio com a comunidade de Praia do Forte. Entre os destaques do povoado, ele lista a segurança, o conjunto de serviços oferecidos na vila, o contato com a natureza e os atrativos turísticos. “Durante os fins de semana eu gosto de fazer exatamente nada, descansar. Não ter planos, ter a tranquilidade de ir à praia duas ou três vezes por dia, andar a cavalo na Reserva Sapiranga, desfrutar dos restaurantes vestido de calção e blusa e aproveitar a calmaria de não precisar usar carro para se movimentar”, diz.

Dan Freeman

Calmaria na vida, atitude nos negócios

O inglês Dan Freeman precisou se adaptar à língua, ao calor e ao modo de trabalho do Brasil quando chegou em Praia do Forte, há mais de 10 anos. Sócio fundador da imobiliária IBBI, Dan nasceu em Lake District, próximo à Escócia. “Por lá, são oito meses de inverno, esse é o problema da Inglaterra”, aponta. Atualmente, a IBBI conta com portfólio de mais de 1300 imóveis, grande parte no Litoral Norte, especialmente em Praia do Forte.

O inglês avalia que a proximidade com Salvador, a segurança, a natureza e a oferta de serviços são algumas das qualidades que atraem as atenções para o destino. “O topo do mercado pouco sentiu o impacto da crise por aqui, se você tem uma boa localização, você sempre terá demanda. É o caso de Praia do Forte”, diz.

Ao contrário de Londres, onde costumava enfrentar horas de trânsito, em Praia do Forte, Dan faz o caminho de casa para o trabalho em menos de cinco minutos. “Isso me dá uma qualidade de vida muito grande”, comenta o empresário que aproveita as praias calmas para levar as três filhas e as ondas para surfar. As praias preferidas do inglês para a prática do esporte são as do Papa Gente, do Tivoli e do Piscinas Naturais. “Mas confesso que eu prefiro frequentar quando não tem muita gente e no período de inverno, assim ficamos só eu e o mar”, comenta.

Alexandre Leal

De uma barraca de camping para 15 empresas

Há 20 anos, o então adolescente Alexandre Leal, trocou um emprego de vendedor em uma loja de moda praia, em Salvador, por uma barraca de camping na, ainda pouco conhecida, Praia do Forte. Com o dinheiro do seguro desemprego, Alê, como é conhecido na vila, se sustentou por um ano à base de muito surfe e da esperança de ser reconhecido no esporte. O tino comercial o levou a abrir uma das primeiras locadoras de DVDs da vila, que se tornou um sucesso instantâneo. “Comprei 40 filmes e, no dia do lançamento da loja, todos já tinham sido alugados”, diz. Um ano depois, Alê já estava com três unidades da locadora. O crescimento da pirataria abalou as vendas e fez Alê redirecionar o negócio, que deixou os DVDs de lado e passou a vender peças de moda praia. O negócio cresceu e se transformou em duas lojas da marca de surfwear Billabong, uma na Praia do Forte e outra na Costa do Sauípe. Alê credita o sucesso à parceria constante com a esposa Gel. “Estamos juntos desde o começo, ela foi importantíssima para que tudo pudesse acontecer”, afirma.

Atualmente, Alê é um dos sócios do grupo Aloha Nui, donos de seis lojas na Praia do Forte, duas em Costa do Sauípe, um outlet em Lauro de Freitas e do restaurante Lôro, filial da tradicional barraca de mesmo nome, em Salvador. Entre as unidades estão marcas como Hurley e Rip Curl. No fim de 2018, o grupo ainda inaugurou um centro de treinamento de surfe, na Praia do Flamengo, em Salvador. Fora do Aloha Nui, Alê está à frente de uma loja em Praia do Forte, três óticas e de uma empresa que ministra aulas de surfe em quatro hotéis de alto padrão do Litoral Norte.

Nenhum desses negócios impede Alê de surfar quase todos os dias antes de lidar com a papelada do setor comercial, que dirige no Aloha Nui. “A Praia do Forte é um dos melhores lugares do Brasil para pegar onda, é a Polinésia baiana”, diz. Além do sucesso das lojas, o grande objetivo de Alê é oferecer a melhor qualidade de vida para seus dois filhos. “Eles brincam na rua, vão à praia, empinam pipa, vivem a vida que eu tive quando era criança, isso não tem preço”, relata.

Por Pedro Hijo

Matéria publicada na revista impressa da Sacada edição especial Praia do Forte 

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