A população brasileira, que busca adquirir o primeiro imóvel, terá de se adequar a um perfil de compra onde o recurso para a compra da imóvel irá partir de uma poupança pessoal
por Albertony S. Assis
Ao longo dos últimos anos temos vivenciado uma serie de novas experiências no Mercado Imobiliário, a partir de 2008 com a crise do mercado Norte Americano, nos ronda a discussão sobre “A Bolha Imobiliária Brasileira”, e aqui mesmo na Revista Sacada, escrevi na 2 edição sobre o assunto. Mas no momento econômico em que vivemos o que mudou?
Quanto aos pontos apresentados, desde a matéria anterior, pode se afirmar que a única mudança foi na concessão de credito por parte da CAIXA e o desinteresse de outros bancos em investir na carteira de credito imobiliário no pais, salvo algumas poucas exceções.
Mas, quanto a valorização dos imóveis novos e a necessidade de moradia em nossa cidade continua o mesmo cenário;
– imóveis com valor de lançamento sendo corrigidos periodicamente;
– Déficit habitacional, inerente a qualquer cidade em fase de crescimento populacional.
Tal analise se fundamenta ainda mais quando uma revista, publica uma matéria com analise nacional, onde Feira de Santana, aparece entre uma das cidades do pais com o melhor cenário para investimento no setor imobiliária, fortalecendo ainda mais o que já fora escrito anteriormente. Segundo dados da pesquisa feita pela consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária, divulgado com exclusividade para EXAME.com, onde revela as 100 melhores cidades com menos de um milhão de habitantes para investir em imóveis no país, a cidade de Feira de Santana-BA, ocupa o 44º lugar.
Pontuação no ranking (P2I – Lead) | 0,549 |
Potencial para investir em imóveis de alto padrão | Bom |
Potencial para investir em imóveis médio padrão | Ótimo |
Potencial para investir em imóveis baixo padrão | Ótimo |
Déficit habitacional | 21,09% |
Quantidade média de salários mínimos da população | 4 |
Acesso em 15-10-2015-http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/as-100-melhores-cidades-do-brasil-para-investir-em-imoveis#45
Mas então o que esta acontecendo?
Este e o grande questionamento que todos se fazem, e que gostariam de obter a resposta, mas creio que ainda não se tenha uma resposta definitiva para tal cenário, porem e possível perceber algumas nuances econômicas e culturais que estão afetando diretamente o setor imobiliário em nossa cidade.
Dentre esses podemos, de pronto, discorrer sobre a questão do credito, que desde o início de maio de 2015 foi bruscamente modificado, sendo definidas novas regras, mudando a realidade até então praticada e que já fazia parte do cotidiano do setor imobiliário, onde os Bancos disponibilizavam 90% e até 100% do valor do imóvel a credito para a compra da “casa própria”, dando a possibilidade a um grande número de Brasileiros, economicamente ativos, a buscarem essa facilidade momentânea e realizar o grande sonho de ter um imóvel próprio e muitas vezes fugir do alugue.
Outro ponto a ser observado são as regras de concessão de credito onde, segundo A Caixa Econômica Federal, a partir do dia 17 de agosto, os clientes que já possuem financiamento pela linha SBPE – (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) não poderão mais ter acesso a um segundo financiamento por essa modalidade, ficando restrito a apenas um imóvel, tendo assim de buscar credito junto a outras linhas, com Taxas de Juros mais elevadas.
Nessa fase de ajustes também foi sugerida novas regras no tocante ao percentual Máximo disponibilizado para financiamento de imóveis novos até de 80% e até 50% para imóveis usados, sem contar que a análise de perfil daquele que pleiteia o credito se tornou muito, mas muito mais rigoroso e limitante.
Tais restrições tem causado uma redução do volume de negócios no mercado imobiliário. No tocante a lançamentos a concessão de credito para os empreendimentos Associativos tem sofrido uma certa lentidão, para os empreendimentos onde o financiamento só acontece no momento do Habite-se, a análise de credito dos proponentes, as avaliações que dão base para concessão de credito e a liberação dos valores, tem sido muito mais criteriosas, apresentando uma certa lentidão na assinatura dos contratos entre o Banco e o cliente.
Os pessimistas devem estar comemorando, e alardeando “eu sabia que a bolha iria estourar!!”, o que, na minha opinião, continua sendo ilusão, o que estamos passando na verdade e por um processo de restrição de credito que ira sim, afeta a uma grande parte da população que sonhava com a compra da casa própria e que depende diretamente do credito para concretizar a tão sonhada compra.
A população brasileira, que busca adquirir o primeiro imóvel, terá de se adequar a um perfil de compra onde o recurso para a compra da imóvel ira partir de uma poupança pessoal e não mais da facilidade de credito imposta nos últimos anos, que gerou um grande número de inadimplentes e fez com que a compra deixasse de ser feita de forma racional e coerência e se transformou em uma ação levada puramente pela emoção.
Nesse primeiro momento, após algumas análises feitas em nossa cidade, não se percebe nenhuma redução nos valores dos imóveis por parte dos Incorporadores e nem dos proprietários/investidores, que estão colocando seus imóveis à venda, e que fizeram investimentos coerentes com a realidade do mercado local, analisando produto, localização e vertente de crescimento.
Assim, fica o conselho, não saia por aí, fazendo propostas indecorosas, achando que quem está vendendo irá entregar seu empreendimento por qualquer valor, saiba tirar vantagens do momento com cautela, pois com certeza bons negócios sempre vão surgir.
Iremos conviver, daqui para frente, com as incertezas políticas que o Brasil enfrenta nos últimos meses e com certeza e fé, veremos o cenário mudar e voltar a aquecer de forma mais racional e planejada.
E claro, como profissional do mercado Imobiliário continuo convicto de que “Imóvel, sempre foi e continuará sendo uma MOEDA FORTE”, segundo Marco Dal Maso, com bons índices de valorização e remuneração.