A queda de desempenho contraria a tendência de um setor que nos últimos anos se acostumou a recordes de alta
Fatores como a desaceleração da economia, menos vendas das construtoras e menos dias úteis devido à Copa do Mundo, derrubaram os financiamentos imobiliários no Brasil em junho, mas o setor manteve a previsão de alta de 15% para 2014.
O volume de empréstimos para compra de imóveis no país somou 9 bilhões de reais no mês passado, que comparado ao mesmo período em 2013, registou queda de 19%. Comparando com maio deste ano, a queda foi de 7%, informou nesta quinta-feira a entidade que representa as financiadoras do setor, Abecip.
No acumulado do semestre, os financiamentos para compra de moradia cresceram 7%, na comparação anual, subindo para 53,1 bilhões de reais, considerando os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
O fraco desempenho do mês passado contraria a tendência de um setor que nos últimos anos se acostumou a recordes de alta. Isso devido ao aumento da renda real das famílias e ao crescente interesse dos bancos por financiamentos de longo prazo.
“Há condições para um crescimento de 15% a 20% por algum tempo, o que é saudável e factível”, disse a jornalistas o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior.
Em 2013, o volume de empréstimos para compra da casa própria pelo SBPE cresceu 32%. Para este ano, a previsão de alta de 15% foi mantida, o que implica que o setor terá que avançar quase seis vezes mais rápido na segunda metade do ano em relação à primeira para atingir o alvo de 125,6 bilhões de reais.
Para Lazari Junior, o segundo semestre historicamente mais ativo, a continuidade do crescimento da renda das famílias, a baixa inadimplência do setor –mantida ao redor de 1,8 por cento neste ano– concorrem para aceleração dos financiamentos até dezembro, mesmo com a economia fraca.
Em junho, foram financiadas 42,4 mil moradias, queda de 20 por cento na comparação anual e de 8 por cento sobre maio. No semestre, o crédito do sistema financeiro participou na aquisição e construção de 256,1 mil imóveis, 5 por cento maior ante igual etapa de 2013.
Fonte: http://economia.uol.com.br/