De acordo com dados da Abecip, mesmo com a pandemia, o financiamento com recursos da poupança crescerá 27% neste ano em comparação com 2020
Dados divulgados pela Associação Brasileira de Entidades de Créditos Imobiliário e Poupança (Abecip) preveem que o financiamento imobiliário com recursos da poupança baterá recorde em 2021. As projeções indicam um crescimento de 27% frente aos números de 2020, atingindo assim o patamar máximo da série histórica iniciada em 1994. A entidade tem a expectativa de que os valores somem R$ 157 bilhões neste ano — superando os R$ 124 bilhões de 2020.
Na opinião de Cristiane Portella, presidente da Abecip, o mercado apresentava sinais de retomada no início da pandemia e as taxas reduzidas de juros permitiram que a compra de imóveis continuasse em alta mesmo durante a crise sanitária. “Como adquirir um imóvel é decisão de longo prazo, aqueles que não foram afetados diretamente pela pandemia no fluxo financeiro seguiram no projeto de compra”, afirmou em entrevista ao site Poder 360.
O financiamento imobiliário no país seguiu um ritmo de crescimento até 2014, ano em que os valores somaram R$ 113 bilhões e registraram um recorde. Porém, em 2015 e 2016 passaram a cair devido à recessão, chegando a R$ 46,6 bilhões. Os números só voltaram a melhorar de 2018 a 2020, aumentando 116%.
Essa trajetória é explicada, entre diversos motivos, pela taxa de juros que os bancos praticam — passando do patamar de 11%, em 2016, para cerca de 6% atualmente. “Como falamos de um financiamento de 30 anos, reduções desta magnitude acabam diminuindo muito a prestação e colocando mais pessoas em condições de financiar ou até aumenta a capacidade [de financiamento]”, avalia Portella.| Por: Vinícius Veloso/Aecweb