Construção civil 2021: econômica e com menor impacto ambiental

Especialista chama a atenção para a necessidade de maior conscientização no uso dos produtos

Além da importância ambiental, o uso adequado de tijolos, blocos e telhas reduz o tempo de obra e o desperdício de materiais, gerando economia. | Foto: Reprodução/Facebook

O mercado de construção civil tem ganhado cada vez mais opções de itens que possibilitam a redução de impactos ambientais, uma das maiores preocupações do setor.

Além da importância para a preservação da natureza e melhora na qualidade de vida da população, o uso adequado de tijolos, blocos e telhas reduz o tempo de obra e o desperdício de materiais, repercutindo de forma positiva no bolso das empresas e dos clientes.

Em entrevista concedida ao canal de Instagram da Feicon, a maior feira da construção civil da América Latina, com o tema “Como tornar sua obra mais sustentável”, a PHD em Engenharia Civil e professora da Universidade Federal Fluminense, Iza Valadão, chamou a atenção para a necessidade de maior conscientização no uso dos produtos como passo fundamental.

Segundo a especialista, “o setor é o que mais impacta negativamente o meio ambiente no mundo. No Brasil, mais da metade do lixo que jogamos fora é entulho e cerca de 20% desse volume sequer foi usado”, disse.

O armazenamento e o transporte inadequados são algumas das causas que contribuem para que produtos percam a qualidade, contribuindo, consequentemente, para o desperdício de materiais.

“É importante que os construtores orientem os profissionais de base e os gestores sobre a organização dos espaços e a maneira correta de guardar cada produto. Uma sugestão é fazer informativos visuais e espalhar pela obra”, recomendou a engenheira.

As novidades e as dicas de materiais

As novidades do mercado estão transformando a dinâmica do setor, reduzindo tempo de construção, valor investido e descarte de entulhos, tornando a obra mais sustentável. Um exemplo é o uso dos sistemas construtivos a seco.
O Steal Frame (estrutura metálica), que já está em uso no Sudeste, e o Wood Frame (estrutura de madeira), que vem ganhando espaço no Sul do Brasil, reduzindo a emissão de CO2. Iza contou que os itens chegam “pré-prontos” e transformam os locais de obras em espaços de montagem.

As vantagens? Impacto positivo na vizinhança, economia de materiais, diminuição do descarte e o menor prazo para entrega da obra (é possível montar uma casa em apenas seis meses).

Os blocos com desenhos estruturais também são alternativas em termos de sustentabilidade, já que possuem espaços maiores em seus centros, possibilitando a passagem de sistemas hidráulicos e elétricos, evitando recortes e, com isso, diminuindo resíduos.

Outros materiais recomendados são as telhas translúcidas, que podem substituir as de cerâmica e conferir luminosidade em locais como áreas de serviço e sótão, diminuindo a necessidade do uso de lâmpadas elétricas durante o dia.

Já os cobogós (tijolos vazados com formatos diferentes) também são indicados por permitirem a passagem de ar e claridade, deixando ambientes mais claros e diminuindo o uso de ventiladores, ar-condicionado e de outras fontes de luz.

A importância da reciclagem

É fato que o termo “cidades sustentáveis” está em alta no século XXI e a construção civil tem papel fundamental na preservação do meio ambiente.

Além dos materiais que auxiliam no processo e minimizam a produção de entulho, é fundamental que os profissionais do setor façam o descarte adequado, já que é possível reciclar 100% dos resíduos, desde que coletados da forma correta.

Um exemplo citado pela engenheira é a reciclagem de isopor, que não pode vir acompanhado de argamassa para que seja possível o reaproveitamento.

Materiais como cerâmica e concreto podem ser triturados e usados na produção de argamassas, por exemplo, com a condição de que a mistura não seja usada em funções estruturais. | Por Esther Vasconcelos/Jornal Contábil

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