Projeto dos arquitetos Gustavo Valença e Marta Valença privilegia beleza do Litoral Norte da Bahia ao inserir vista para o mar em todos os ambientes
Pedro Hijo
Entre todos os cômodos de uma casa situada no Litoral Norte da Bahia e projetada pelos arquitetos Gustavo Valença e Marta Valença há uma característica em comum: a vista para o mar. Num terreno de 40 metros de largura e 800 m², o projeto foi idealizado para misturar os conceitos de refúgio para lazer e de residência fixa, já que o cliente tem planos de morar permanentemente no imóvel. A linha do horizonte foi o que guiou os arquitetos enquanto projetavam salas, área gourmet, banheiros, piscina, cozinha, entre outros cômodos. “O resultado final é um projeto magnífico”, comenta Gustavo.
ESTRUTURA
A garagem, no subsolo, acompanha a circulação social e de serviço, um estúdio, depósito e dependência completa para funcionários. Parte dessas áreas estão sob um teto jardim suspenso com o objetivo de ter uma área de paisagismo no pavimento térreo da casa em lugar de uma cobertura ou telhado do subsolo.
No térreo, estão situados os ambientes sociais da casa, como a sala de estar, sala de jantar e varanda, assim como deck, piscina, área gourmet e sanitários de piscina. Além desses, encontram-se também a suíte de hóspedes, lavabo social, cozinha, despensa e área de serviço O acesso de visitantes pode ser feito pela rua ou pela passarela da praia, e eles podem ir para a área de lazer da piscina e gourmet sem a necessidade de circular por dentro de casa. “Essa solução permite maior conforto e liberdade para receber amigos e família em caso de eventos”, diz Gustavo.
A área de lazer da casa possui uma área gourmet completa de frente para o mar com churrasqueira, balcão e mesa de jantar, além de uma piscina de 76 m² com raia de 15 m, deck molhado e hidromassagem, tudo com sistema de aquecimento. O deck de 85 m² conecta a casa principal por meio de grandes degraus de 80 cm de profundidade, conferindo uma unidade de implantação entre a casa e a área de lazer.
“Ainda no térreo, a gente tem o pé-direito duplo do jantar e a escada social de acesso à galeria das suítes do pavimento superior”, diz o arquiteto que criou esta solução para integrar todas as suítes com os ambientes sociais em uma comunicação espacial mais prática e sofisticada.
O piso, com revestimento em porcelanato branco, harmoniza com os tons coloridos das paredes dos sanitários. Para o banheiro da suíte master foi escolhido um revestimento em alto relevo e pastilha em tom de lilás; já na dos hóspedes, foi escolhido o verde claro; e na suíte do filho, azul. “Para separar a área de serviço da social, escolhemos por fazer a cozinha em tom de vermelho, diferentemente das salas onde predominam tons de branco e azul, numa lembrança ao mediterrâneo europeu, mas também provençal”. Os ambientes foram compostos com mobiliário de linhas retas e atuais, com utilização de móveis de madeira e espelho para refletir o mar.
O pavimento superior contém três suítes conectadas por uma galeria debruçada sobre o jantar em pé-direito duplo, que pode ser percebido desde a fachada frontal da rua. São duas suítes tipo master e uma terceira convencional. Todas usufruem de vista para o mar e possuem varandas privativas. As duas maiores têm também sanitário e closets integrados que se abrem para varandas na fachada frontal, conferindo um movimento na volumetria e na paleta de materiais da casa.
O MELHOR DA NATUREZA
O conforto ambiental proporcionado pela brisa do mar, presente em todos os cômodos, também foi levado em consideração no desenvolvimento do projeto. Quartos, salas, varandas, gourmet e até a cozinha foram posicionados para o lado onde nasce o sol, a exceção do jantar. “Essa solução em planta, associada à ventilação cruzada, deixa a casa fresca o dia inteiro. O cruzamento de alguns cômodos forma grandes corredores de vento que eliminam o ar quente interno”, diz Gustavo.
Para a fachada, foram escolhidos materiais como madeira, pedra natural, esquadrias de PVC branco, vidro liso transparente, pintura e textura acrílica sobre massa acrílica. Gustavo explica a escolha dos itens: “São materiais sóbrios e contemporâneos, mas, ao mesmo tempo, com inspirações naturais como a madeira e a pedra de mármore”.
O projeto ganhou uma fachada para a rua e outra para a praia. “Todas as fachadas da obra ganharam tratamento de igual valor, sem discriminação de importância, mas assumindo a sua identidade própria”, aponta o arquiteto. A fachada da rua ganhou uma paleta de materiais numa escala de três pavimentos; já a fachada da praia, com gabarito de dois pavimentos, é mais leve ao utilizar esquadrias e vidro.
