Design com beleza e qualidade, promoção do desenvolvimento ambiental e social são marcas da Tidelli
Por Silma Araujo
A Tidelli, uma das principais empresas do Brasil especializada em mobiliário para áreas externas, tem em solo baiano as mais belas, duráveis e confortáveis inspirações. Nativa da capital gaúcha, a marca se instalou em Salvador em 1995 para expandir-se e conquistar um mercado extremamente exigente e de bom gosto.
Foi a partir da iniciativa de Tatiana Mandelli, em 1989, que tudo começou. Tendo em mãos uma máquina de corte e outra de solda, moldou o alumínio para criar o protótipo de uma peça apropriada para áreas externas, baseando-se naquelas que eram produzidas nos Estados Unidos.
Entretanto, ela percebeu que os ares frios do sul poderiam não ser tão favoráveis ao seu ramo, por isso, transferiu-se definitivamente para o quente litoral soteropolitano. Com a empresa na Bahia instalada, a conjuntura econômica, através do crescimento da rede hoteleira do país, favoreceu a sua expansão, e os irmãos Luciano e Roberta Mandelli se uniram à sociedade para assumir os setores de operações industriais, desenvolvimento de novos produtos e o administrativo. Junto a eles, Lon Menezes passou a capitanear a administração da empresa visando o progresso da Tidelli.
Ao longo de seus 26 anos, a Tidelli ficou conhecida por harmonizar materiais, como a corda náutica, os tecidos acrílicos, a madeira de reflorestamento, o ladrilho e as fibras sintéticas. Para que toda esta matéria-prima seja otimizada, a empresa mantém uma constante pesquisa de cores e designs capazes de oferecer peças únicas que marcam pelo seu estilo descontraído e leve.
Pensando na conservação do meio ambiente e na administração racional das atividades fabris, diversas ações de economia e reaproveitamento são realizadas dentro da empresa. O aproveitamento dos materiais, por exemplo, é total, porque são reutilizáveis ou de fonte renovável. Assim, o que não é utilizado para produzir diretamente as peças é reaproveitado dentro da própria fábrica; as fibras plásticas, por exemplo, viram percintas elásticas para sofá.
A consciência do uso da água e energia é racional, de modo que há uma premiação interna que estimula os funcionários a reduzirem a geração de resíduos. Além disso, a maior parte dos componentes usados nas peças é produzida dentro da própria fábrica da Tidelli, o que reduz a quantidade de fretes e embalagens usadas pela marca que também são retornáveis.
O estímulo à reforma dos móveis é outra marca registrada da Tidelli. A iniciativa consiste em, ao invés de incentivar o descarte para aumentar novas compras, oferecer o serviço de reparo de tudo que sofre desgaste do tempo, como as fibras ou cordas, que são substituídas, sendo destinadas à reciclagem. Quanto à pintura, ela é retocada. É desta forma que a vida útil dos produtos é prolongada: com reformas recomendáveis a cada 10 ou 15 anos.
É considerável também a transformação social promovida pela vinda da Tidelli a Salvador. A sua instalação à época em um dos bairros menos desenvolvidos da capital cumpriu com a proposta do Governo da Bahia, feita em 1995, de empregar os moradores do então formado conjunto habitacional Moradas da Lagoa. A empresa promoveu a inclusão da comunidade pela geração de emprego e renda a pessoas vindas de situações de risco que tinham pouca ou nenhuma formação e experiência de trabalho.
Também houve o benefício ambiental, pois a integração da mão de obra de um bairro residencial evitou o transporte de mais de 205 colaboradores, o que significa poupar o congestionamento do trânsito e promover a melhoria da qualidade de vida dessa população.
Em meio a tantos fatores que convergiram para o sucesso da Tidelli, a parte criativa contou com a colaboração de designers e arquitetos lançando peças exclusivas que se tornaram ícones da indústria moveleira brasileira. Manuel Bandeira, por exemplo, arquiteto e designer baiano responsável pela criação da linha Pão de Açúcar; Marcelo Rosenbaum que, em parceria com a Fetiche Design, fez a poltrona Painho para a coleção Bahia Tropical, um símbolo da marca; Drica Diogo, a paisagista à frente do Pateo, que elaborou biombos charmosíssimos, e Maria Candida Machado e Rui Martinelli que, em homenagem aos 25 anos da Tidelli, deram o toque de requinte à coleção Mesh. Juntos eles também fizeram as linhas Fusion e Escuna.
Toda a qualidade e exclusividade conquistada pela Tidelli deram a segurança e a ousadia de inserir suas marcantes peças no mercado externo, o que lhe rendeu a participação na feira de mobiliário contemporâneo ICFF, em Nova York, e na Maison & Object, em Miami. Diante dessa receptividade, a empresa visa expandir a sua rede comercial com lojas plenas em todo o território americano, a começar pela Costa Mesa, na Califórnia.
Matéria publicada na versão impressa da revista Sacada.