Artista feirense produz quadros através de técnica milenar
Por Silma Araujo
A arte francesa é uma técnica de transformação feita a partir da sobreposição de gravuras de papel que dão efeito de profundidade, percepção e contornos a uma imagem plana, deixando-a com uma perspectiva extremamente realista.
A origem da arte francesa é associada à antiga China, onde é muito comum a técnica de sobreposição simples na decoração de móveis com figuras, como flores, esculpidas e cobertas de verniz de laca, conhecidos como laqueados. No século XVII, a técnica alcançou a Europa e os franceses inovaram ao incrementá-la com vários recortes detalhados de uma mesma figura, avolumando e dando origem a uma nova técnica, que passou a ser conhecida na Espanha como arte francesa.
No Brasil, ela já chegou aprimorada e foi aperfeiçoada de acordo com os materiais disponíveis no país e características de trabalho de cada artesão. Geralmente, são utilizadas seis cópias de uma mesma imagem, a depender da riqueza de detalhes e do tamanho da figura a ser trabalhada, levando em consideração que há três camadas principais, o fundo, o meio e o primeiro plano.
Fazendo com que pequenos detalhes se transformem em belas obras, Seu Sena, funcionário público que nas horas vagas pratica como hobby a técnica francesa, conta que, quando chega do trabalho, começa a fazer arte. “Meu irmão é professor de artes plásticas e aprendi com ele há três anos, e hoje faço como forma de terapia”, diz.
O artista minuciosamente sobrepõe cada peça e, ao final, monta quadros que encantam pela delicadeza e beleza. Ao fazer exposição em locais como o Parque do Saber e o Centro de Cultura Amélio Amorim, ambos em Feira de Santana, Seu Sena defende a valorização da arte na cidade. “Exponho não somente para divulgar o meu trabalho, mas também para as pessoas conhecerem a técnica e quererem aprender para fazer também, porque acredito que temos que valorizar a arte em Feira de Santana”, defende.
Matéria publicada na versão impressa da revista Sacada.