Produtos, empresas e moradores contra a proliferação das pragas
Quem nunca se perguntou a função dos insetos que insistem em ficar dentro de casa, e, sem sucesso, tentou matar moscas e mosquitos ou tomou um susto ao ver uma barata atravessando o quarto ou a sala?
Esses tipos de insetos são chamados de pragas porque trazem algum tipo de prejuízo para a saúde humana. As famigeradas baratas, por exemplo, são vetores de fungos, bactérias e vírus, que transmitem doenças como tifo, cólera e tantas outras.
É no verão, especialmente, que vemos a quantidade se multiplicar. Carlos Leite, da Tom & Jerry, explica porque isso acontece. “É a época de trovoada, e as chuvas aumentam a umidade e a temperatura. Muitos insetos, com essas condições climáticas, diminuem seu ciclo maturação. Então, em pouco tempo já estão adultos”, revela.
A alternativa para o controle dessas pragas é recorrer a empresas especializadas em reduzir o incomodo que elas causam. Carlos Leite conta como funciona esse trabalho. “O termo correto é desinsetização (e não dedetização), e consiste na aplicação de produtos específicos, em locais pré-estabelecidos, voltados para determinados tipos de pragas. Por isso, o ideal é fazer uma avaliação do imóvel para constatar qual tratamento indicado,” explica.
“Boa parte dos produtos são específicos para cada praga, porém há o que chamamos de espectro de alcance, quando o inseticida possui ação entre espécies diferente, e somente o profissional qualificado saberá a melhor condição de usá-lo”, evidencia Carlos.
Os produtos mais comuns são géis e sprays. Eles possuem substâncias residuais que fazem com que o tratamento perdure por algum tempo, devido às vantagens do desenvolvimento da indústria química, que lança produtos cada vez mais eficientes.
Um ponto a observar é o tempo em que depois da aplicação, pode-se voltar ao local, que geralmente, é de quatro horas. No caso da aplicação em gel (contra formigas e baratas) não é necessário sair do ambiente.
Vejamos orientações feitas por Carlos Leite para o controle de algumas pragas comuns em Feira:
Mosquitos: a melhor solução é física, ou seja, a instalação de telas em janelas, portas e demais acessos, embora haja a solução química com produtos repelentes que causam irritação no inseto, provocando o seu distanciamento.
Cupins: são pragas que degradam os imóveis, móveis e equipamento elétricos (circulando dentro dos conduítes, causando curto circuito e até incêndios), depreciando o valor do imóvel.
Podem ser de espécies subterrâneas (colônia dentro do solo), arborícola (colônia em árvores) e de madeira seca (dentro da madeira dos móveis). Por isso o ideal para controla-lo é saber a origem da espécie e então montar a estratégia para eliminá-lo – de forma invasiva com a quebra de parede ou forros, e as menos invasivas com borrifação e retirada de colônia.
Sobre cupim é interessante pensar na possibilidade do tratamento pré-construção. Quando o imóvel ainda está na fase de levantamento (alvenaria), se faz a barreira química para evitar que circulem entre as paredes.
Mosca e baratas: o ideal é ter lixeiras com tampas e não manter o lixo exposto, principalmente material orgânico. O tratamento químico é com iscas que, ao comer, a praga não resiste.
Ratos: são animais noturnos que podem ser distinguidos entre camundongos (ratos de gavetas) e as ratazanas (rato de telhado). Os primeiros são animais com hábitos intradomiciliar, buscando locais próximos a fontes de alimentos, enquanto os segundos são espécie extradomiciliar que anda em cima dos muros e telhados.
A orientação preventiva é não acumular materiais em desuso que sirvam ao seu abrigo e não colocar o lixo à noite, pois serve como alimento.
Outro detalhe é quanto à ração de animais de estimação. Não tenha o costume de colocá-la à noite, porque é favorável ao rato. Ele aproveita essa alimentação, além de ocorrer de urinar no local, oferecendo grande risco de contaminação com a leptospirose tanto ao animal quanto às pessoas. O ideal é colocá-la durante o dia.
Muito cuidado com o popular chumbinho. Embora tenha ação de matar ratos, ele não é totalmente eficaz, uma vez que somente aquele animal que ingeriu chega a óbito; os demais da colônia continuam vivos.
Quando a empresa especializada trabalha no controle dessa praga, usa raticidas específicos, mais eficientes. Ao ingeri-lo, o animal terá hemorragia em alguns dias e os demais da colônia também, pois comerão da mesma substância.
Carlos Leite ainda alerta sobre a importância de pensar em ações preventivas. “As pragas precisam de quatro pilares de sustentação, água, abrigo, acesso e alimento. Então não adianta eliminar a praga, se os hábitos do local continuam favoráveis a sua manutenção e proliferação”, orienta.