Especialista reforça os benefícios de manter uma rotina alimentar balanceada e acompanhada por um profissional
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada pelo IBGE em 2020, no que diz respeito ao consumo alimentar, apenas 13% dos brasileiros consomem a quantidade ideal de hortaliças regularmente em sua alimentação. Em contrapartida, o estudo também apontou que 14,3% da população (cerca de mais de 30 milhões de pessoas) consomem de forma regular “alimentos” ultraprocessados.
Essa realidade pode estar ligada diretamente aos mitos criados em torno da alimentação saudável. Muitas pessoas ainda acreditam que para manter uma rotina nutricional é preciso investir mais recursos e tempo, contudo, optar pela inclusão de alimentos comuns como frutas, verduras e legumes fazem uma grande diferença na saúde.
O nutricionista Jonathan Merlo explica que quanto menos produtos industrializados, melhor será a alimentação. “Tais produtos acabam trazendo pouco ou quase nenhum benefício para uma rotina alimentar saudável. O ideal é alcançar uma boa alimentação apenas com ”alimentos de verdade” o que parece óbvio, mas nos dias atuais isso tem se perdido em meio ao senso de comum. Quanto maior o consumo de plantas, vegetais, sementes, frutas, tubérculos, proteínas de origem animal, entre outros, melhores serão os benefícios para a saúde”, pontua.
No entanto, para que a alimentação saudável traga de fato benefícios a longo prazo é imprescindível um acompanhamento profissional, pois, cada indivíduo possui suas necessidades nutricionais únicas, muitas vezes levando em consideração aspectos biológicos individuais, como por exemplo: prática de exercícios, nível de stress e estilo de vida.
Alimentação saudável é sinônimo de restrição?
Se engana quem pensa que para manter uma alimentação saudável é preciso parar de comer determinados alimentos e exagerar no consumo de outros. Diferente da alimentação balanceada que inclui todos os nutrientes conforme as necessidades nutricionais de cada indivíduo, as famosas dietas restritivas podem ser um grande risco para a saúde.
Muitas vezes realizadas sem um acompanhamento profissional, as dietas podem causar sérios problemas à saúde física e mental, entre os mais comuns estão: compulsão alimentar, quando pessoas passam a ingerir grandes quantidades de comida em pouco tempo; baixa autoestima, na qual o psicológico de quem adere às dietas restritivas pode ficar abalado por situações como o efeito sanfona; deficiência de nutrientes, muitas vezes causada pela limitação dos grupos alimentares, quantidade de calorias e falta de nutrientes adequados.
“Ter uma alimentação saudável traz uma capacidade de autonomia alimentar perdida já há algum tempo. Saber como usufruir de uma boa alimentação e ao mesmo tempo ter o poder de escolha e livre arbítrio para apreciar outras possibilidades alimentares é sem dúvida alguma muito libertador. As pessoas ainda tem medo de se relacionar com a comida, logo, ficam presas aos extremos e nada em excesso é saudável”, finaliza Jonathan Merlo.