Empresas de base florestal na Bahia se comprometem com a sustentabilidade e conservação da biodiversidade
A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou, em 2012, 21 de março como o Dia Internacional das Florestas, de forma a homenagear a importância de todos os tipos de florestas e, também, para buscar conscientizar a população mundial sobre a importância de seu uso sustentável.
Dentro deste panorama destacamos o setor de florestas plantadas que planta 1,5 milhão de árvores todos os dias no Brasil. São 10 milhões de hectares produtivos, nos quais são plantadas, colhidas e replantadas árvores para entregar biossoluções à sociedade. Esta área plantada corresponde a pouco mais de 1% do território do país, mas é responsável por 95% de toda a madeira produzida para fins industriais. Vale lembrar que os plantios florestais são feitos em áreas já antropizadas ou sem vocação agrícola para outras culturas, com zero desmatamento.
Das árvores tudo se aproveita: tronco, casca, galhos, além de darem origem a outros produtos não madeireiros, como essências, mel etc. A madeira cultivada é matéria-prima renovável de cerca de cinco mil produtos que usamos no nosso dia a dia. E vão desde os mais evidentes, como papel e móveis, até produtos de beleza, medicamentos, alimentos e roupas. “Outros, porém, estão sendo sempre desenvolvidos numa clara demonstração de investimento em inovação e tecnologia, sempre de acordo com as novas demandas da sociedade e com compromissos de ESG”, informa a presidente da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Mariana Lisbôa.
Com o uso da técnica de mosaico, as empresas de base florestal intercalam estas áreas com finalidade industrial com mais 6 milhões de hectares destinados para conservação. Isto auxilia na manutenção de um solo fértil, no cuidado com a água e na preservação da biodiversidade.
A Bahia – 4º produtor nacional de eucalipto – está em sintonia com este cenário. No estado são 700 mil hectares de plantações florestais e 400 mil hectares de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Por aqui são plantadas 250 mil árvores por dia; matéria-prima para fins comerciais.
“Considerando as oportunidades de expansão das florestas plantadas e do uso de produtos florestais em diversas cadeias produtivas, é evidente que o setor de árvores cultivadas possui potencial de contribuição em diversas frentes. Além disso, é reconhecido o cuidado com a natureza e com o investimento constante em pessoas, tecnologia e ciência. São fatores fundamentais para que a indústria de base florestal atenda aos consumidores e cuide do meio ambiente, inclusive no combate às mudanças do clima”, acrescenta Mariana Lisbôa.
Alguns exemplos – A Veracel Celulose, que celebrou 30 anos de atuação, em 2021, com a fábrica em Eunápolis, no Sul da Bahia, integra operações florestais, industriais e de logística em mais 10 outros municípios da região. Responsável pela produção 1,1 milhão de toneladas de celulose/ano, 100% da madeira de eucalipto utilizada no processo produtivo é certificada ou controlada em conformidade aos princípios e critérios de padrões normativos internacionais FSC e CERFLOR. Com 50% de participação cada, seus acionistas são duas grandes operadoras no setor de celulose e papel em âmbito internacional: a brasileira Suzano e a sueco-finlandesa Stora Enso.
A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, também comemorou (março de 2022) 30 anos de atuação na Bahia. A empresa gera cerca de 6 mil empregos diretos na região Extremo Sul, onde mantém a Unidade Mucuri, com capacidade anual de produção de 1,7 milhão de toneladas de celulose, 252 mil toneladas de papel e cerca de 52 mil toneladas de bens de consumo. A sustentabilidade é parte fundamental da estratégia de negócio da Suzano, que se comprometeu com um conjunto de 15 metas de longo prazo, os chamados “Compromissos para renovar a vida”. Entre elas está a captura de 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2025.
“Nossa meta em relação à remoção de carbono da atmosfera é ambiciosa, mas o modelo de cultivo sustentável de árvores, em sistema de mosaicos em que preservamos a mata nativa, contribui fortemente para alcançarmos esse objetivo”, destaca Diomar Biasutti, coordenador de Meio Ambiente Florestal da Suzano. “Além disso, assumimos um compromisso desafiador até 2030, para conectar, por meio de corredores ecológicos, 500 mil hectares de fragmentos nos Biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia, de forma a contribuir com o deslocamento de animais e o aumento da cobertura vegetal, reforçando nossas ações de conservação da biodiversidade”, complementa Biasutti.
Outro exemplo de excelência e de investimentos estrangeiros é a Bracell, empresa que faz parte do grupo Royal Golden Eagle (RGE) e é uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose solúvel especial no mundo, com duas operações principais no Brasil – em Camaçari (BA) e em Lençóis Paulista (SP). As atividades e modelos de gestão adotados pela companhia estão comprometidos com o uso sustentável dos recursos naturais, com o objetivo de criar valor para a comunidade, o país, o clima, o cliente e a empresa.