Em comparação com fazendas industriais, as menores dependem menos de inseticidas e cobrem paisagens mais diversas
Um estudo da Universidade de British Columbia em Vancouver, no Canadá, revelou que as pequenas fazendas tendem a ser mais produtivas e biodiversas do que as grandes, e são quase tão lucrativas e eficientes em termos de recursos. Vincent Ricciardi liderou um grupo de cientistas na análise de 118 estudos realizados ao longo de cinquenta anos em 51 países para avaliar como o tamanho da propriedade afeta outros resultados além da produção de alimentos. As descobertas foram publicadas na revista científica Nature.
De acordo com o estudo, 84% das fazendas no mundo têm menos de 2 hectares. Agências governamentais e cientistas argumentam que essas pequenas propriedades superam as grandes operações industriais, responsáveis pelo fornecimento da maior parte dos alimentos do mundo, em uma série de indicadores ambientais e socioeconômicos.
Na análise dos dados colhidos ao longo de cinco décadas, a equipe descobriu que as pequenas propriedades têm mais rendimentos do que as grandes, talvez devido à maior disponibilidade de mão-de-obra familiar. Fazendas menores também tendem a ter mais diversidade de culturas, bem como maior biodiversidade não agrícola. Isso provavelmente ocorre porque, em comparação com fazendas industriais, as menores dependem menos de inseticidas, cobrem paisagens mais diversas e têm mais faixas de campo entre plantações e terras não cultivadas.
Como conclusão, os autores sugerem que o apoio a pequenas propriedades aumenta a produção de alimentos, ao mesmo tempo que proporciona importantes benefícios humanitários e ecológicos. | Por VEJA