Tema foi discutido durante o Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea), realizado nesta quarta-feira, 17
A Petrobras ainda não conseguiu reduzir a emissão de gases de efeito estufa em suas refinarias na mesma proporção que em suas plataformas de petróleo, segundo o diretor de Relação Institucional e Sustentabilidade da empresa, Roberto Ardenghy. “Temos um trabalho a fazer”, disse o executivo em palestra virtual, durante o Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea)nesta quarta-feira, 17.
No segmento de conversão do petróleo em derivados, o principal desafio tem sido o de gerar produtos mais ‘limpos’. As apostas da empresa nesse sentido têm sido, sobretudo, na produção de óleo diesel com uma parcela renovável e do bioquerosene de aviação, cuja legislação internacional deve se tornar mais exigente a partir de 2027.
Mas, no que diz respeito ao seu ‘diesel verde’, o H-Bio, a empresa ainda esbarra em entraves regulatórios e na resistência do setor agrícola, produtor do biodiesel de origem 100% vegetal. A compreensão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até agora é de que os dois produtos não são concorrentes, porque apenas uma pequena parcela do H-Bio é limpa. O produto nasce de uma combinação de processamentos de petróleo com insumos renováveis.
O argumento do diretor da estatal, no entanto, é de que a emissão do seu produto é 15% inferior ao do similar de base agrícola. “Fizemos teste na Repar (refinaria do Paraná), com resultados positivos. Temos a patente do nosso centro de pesquisa. Temos a indicação de que (o H-Bio) possui menos contaminantes e proporciona um desempenho melhor ao motor, gerando menos problemas de qualidade ao consumidor. Pretendemos fazer isso (ofertar ao mercado) logo que formos liberados pelas autoridades regulatórias”, disse Ardenghy.
Durante o evento, ele acrescentou que a Petrobras tem uma visão estratégica bem delimitada sobre sua inserção na transição energética. O executivo ressaltou que metas ambientais têm sido usadas para calcular a remuneração de funcionários. O investimento previsto nessa área é de US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. | *Por Estadão Conteúdo