Bruno Faucz fala sobre criatividade e carreira em evento da loja Baú+, em Salvador

O designer foi o primeiro convidado do ciclo de palestras +Conexões

Divulgação

“O nosso ofício é a materialização da informação”. Foi assim que o designer Bruno Faucz começou o bate papo sobre a importância da criatividade no setor de arquitetura e decoração realizado na loja Baú+, nesta quinta-feira, 23.

O evento, que reuniu profissionais do segmento de arquitetura e decoração, faz parte do ciclo de palestras +Conexões realizado pela Baú+, no Caminho das Árvores, em Salvador.

Entre os pontos da palestra, Bruno destacou a conexão entre inspiração e venda. Ao contrário do artista que, no geral, tem um processo de criação muito pessoal, o designer precisa entender do consumo, pontuou Bruno. “Eu não desenho para mim, desenho para os outros”, disse. O comportamento do consumidor é o que motiva. “A fábrica ainda acredita muito que o designer é um mero desenhista”, completou.

Dez peças assinadas pelo designer estão à venda na Baú+. Entre elas, Cora, a poltrona mais vendida de sua coleção de projetos. “Me inspirei nos ferros de um corrimão para criá-la”, disse.

Bruno foi o primeiro convidado do ciclo de palestras da loja. “A nossa intenção é convidar profissionais de diversas áreas para bate papos e movimentar o segmento”, disse Pedro Pires, sócio e proprietário da Baú+.

História

Bruno Faucz começou sua carreira na área técnica de uma fábrica de exportação de móveis em 2005. Foi a formação como designer que o levou a criar peças populares que atrairam a atenção dos clientes. “Lá, eu notei que é possível ganhar dinheiro com Design e a entender o público”, disse.

Em 2013, Bruno saiu da fábrica e abriu um negócio próprio. Para assegurar a qualidade de seu trabalho de iniciante, enviou as ideias de projetos próprios para jornalistas do segmento de arquitetura e decoração. “Um deles me retornou pedindo uma foto minha em um dos meus produtos: uma poltrona que nem existia”, comentou.

O designer fez uma montagem de uma foto dele sentado na animação em 3D da poltrona e enviou. “Talvez eu nunca mais receberia um convite daqueles e não podia perder aquela oportunidade de ter uma foto minha numa revista”.

Um ano depois, Bruno foi chamado para ser jurado da Casa Cor SC nas edições 2014 e 2015 e para expor na Semana de Design de Paris.

Brasil

A globalização ajudou a tornar o design brasileiro em referência, de acordo com o profissional. “O Brasil é muito conhecido pela marcenaria nos produtos, o lado artesanal, e eu acho que isso vem da dificuldade tecnológica e logística do Brasil”, disse Bruno.

A crise econômica no Brasil e a relação do designer com o preço também foi pontuado pelo palestrante. “O designer precisa saber como explorar melhor os processos e ferramentas para entender como aproximar o produto do cliente”.

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