O baiano Jean Lima cria sua história por entre cores, lembranças e sensações
Mais do que uma tela ou escultura, as artes plásticas guardam em si os sentimentos e ideias do que existe por trás do que se vê. O baiano Jean Lima despertou seu interesse pela arte ainda criança, mas apenas em 2004 mergulhou na expressividade das cores e formas começando a sua trajetória por entre pinceis, tintas e telas, enquanto cursava Belas Artes na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Doze anos depois da sua primeira obra vendida, uma peça produzida sob a técnica action painting nas cores branco, preto, amarelo e vermelho, o artista lembra o que lhe fez deixar o design gráfico e se dedicar com maior ênfase a arte. “É isso que me faz girar a roda, que me deixa feliz e onde me satisfaço em vários aspectos”, comenta.
Desde então, Jean coleciona exposições, entre elas o Salão Bahia-Marinhas, em Salvador, onde uma de suas obras foi premiada e hoje faz parte do acervo da Marinha. A próxima exposição, Os Cromáticos, será esse mês no Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana (MAC), onde irá expor telas sobre cenários marinhos, numa perspectiva de contemplação, além de aquarelas e esculturas.
Percepções
As leituras de mundo vividas por Jean Lima se dispõem em suas obras influenciadas, ora por grandes nomes das artes como William Turner, Monet, Pollock e Rodin, ora pelo povo sertanejo e seus costumes. Entre uma concepção e outra, o artista vê a subjetividade das interpretações ecoarem no que lhe inspira, desde a natureza até o ser humano. “As coisas mais simples possíveis, desde uma policromia percebida das nuvens de um fim de tarde, das variações tonais do azul do mar ou do céu, até os gostos simples humanos ou comportamentos de animais”, explica.
Jornada
Apaixonado pelas variadas linguagens estéticas pelas quais transita, as obras do artista se destacam pela ampla paleta cromática e a ausência de contornos, não estabelecendo limites ao que é concebido. Recentemente, Jean lançou uma série de aquarelas que retratam costumes e culturas populares regionais, além de retratar cenários marinhos em outra série de acrílico sobre tela.
Para este ano, Jean planeja expor pelo menos outras duas vezes. Hoje com 38 anos, o artista vê a beleza de sua caminhada, apesar das dificuldades em conciliar a produção artística com as atividades profissionais. “É uma bela jornada pessoal. Acho que estou vivendo a mais bela história que poderia. O fato de estar trilhando no caminho que tanto amo e admiro, já é em si uma grande recompensa e um enorme privilégio”, ressalta.
Por Vanêsa Nazario